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* Senhor do Bonfim, Bahia – 07 de setembro de 1930
+ São Paulo, São Paulo – 29 de maio de 2008
Walter: manso e atento
Tudo em Walter era cordial e manso: o jeito de tocar o violão da forma natural como seus ancestrais no sertão da Bahia, caso da Vó Luzia, punham o caneco no pote para tirar água de beber, camará; a voz aveludada passando pelas cordas vocais como boiada por porteira de curral, com aquela emissão precisa, suave e sem cerimônia; a forma como tratava amados e amigos do peito, com o amor imenso e sincero de um coração fabricado e treinado somente para o afeto. Mais simples e corriqueira que tudo em Walter, porém, era sua maneira de viver a vida – passo a passo, tijolo por tijolo, a quantidade exata da argamassa, sem pressa e sem medo. Walter foi aboiar no céu com Lua Gonzaga e deixou na terra mais que o vazio de sua ausência irrecuperável a certeza inabalável de que será atento como sempre, pondo o ouvido absoluto a serviço de Deus: nunca mais o coro dos anjos desafinará e isso na certa vai nos trazer um pouco mais de paz cá. JOSÉ NÊUMANNE PINTO