Quatro quartetos de breve sopro
Estamos a um segundo do futuro,
que pode ser o abismo sem fundo,
a montanha a escalar desde o sopé
ou o vale verde a descortinar do topo.Ficamos a um passo do destino,
que deve ser a arrancada para a grande marcha,
o músculo retesado e o pé no chão
ou a fita de chegada, findo o páreo.Cá partimos do tudo que é nada
para chegarmos ao nada que é tudo:
alguns milímetros nos separam do fim
e nos restam sete palmos até o infinito.A sequência de anos novos envelhece nossas vidas:
do pedalinho do parque ao barco de Caronte são dois palitos.
Nada acontece entre o fôlego respirado e o bafo a expirar,
tudo volta ao pó entre o último minuto e o suspiro final.José Nêumanne Pinto
São Paulo, 30 de dezembro de 2010
“Quatro quartetos de breve sopro”, poema inédito
Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Pocket
WhatsApp
Facebook
X
LinkedIn
Pinterest
Telegram
WhatsApp
Nunca perca nenhuma notícia importante. Assine a nossa newsletter.
Notícias Relacionadas
Meu novo livro de poesia
28 de março de 2023
Machado visita Almino em romance de gênio
22 de julho de 2022
Seu Tonho Torres entre memória e delírio
8 de julho de 2022
Desgoverno despreza Biblioteca Nacional
3 de julho de 2022
Um Prêmio Nobel no Brasil
24 de junho de 2022
Um Prêmio Nobel no Brasil
17 de junho de 2022