Diário do Nêumanne
Sábado, 16 de abril de 2016
Pedido de desculpas
Vejo-me diante do dever moral e profissional de pedir desculpas ao telespectador, leitor, seguidor em redes sociais e, em especial, à vítima, por um engano grave, mas absolutamente involuntário, que cometi ao me referir ao advogado Aristides Junqueira recentemente na televisão.
Como é público e muito notório, participei da mesa de entrevistadores do ministro Marco Aurélio de Melo, no programa Roda Viva, na TV Cultura, na última segunda 4 de abril. Na ocasião argumentei que a instituição à qual o entrevistado pertence, o Supremo Tribunal Federal (STF), tem decidido de maneira muito leniente no julgamento de processos abertos contra homens públicos que gozam de foro privilegiado.
O primeiro exemplo citado foi o da Operação Castelo de Areia, na qual a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal investigaram, acusaram e julgaram por corrupção uma das empreiteiras mais tarde acusadas na Operação Lava Jato, a Camargo Correêa. O trabalho policial, da promotoria e das instâncias judiciárias foi extinto no Supremo graças à ação prestigiosa e nefanda do advogado Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça e desde sempre guru jurídico de Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, num lapsus linguae imperdoável, mas nunca proposital, citei o dr. Aristides Junqueira, que, na verdade, havia participado do caso que citei logo depois, o julgamento final no mesmo STF dos processos contra o ex-presidente Fernando Collor de Mello, primo de Marco Aurélio, responsável pela nomeação do ministro e naquela ocasião equivocadamente inocentado.
Aproveito esta oportunidade para reescrever a História, corrigindo-a, na expectativa de alcançar o maior público possível no Blog do Nêumanne e também no Twitter para reparar uma injustiça que fiz e deploro, apesar de, repito, não haver no lapso, nunca, em instante algum, nenhuma intenção malévola. Que fique definitivamente esclarecido que o ex-chefe da Procuradoria-Geral da República Aristides Junqueira nada teve que ver com a referida operação policial, na qual não atuou em nada. E mais ainda: o maior culpado pela jurisprudência que inocentou Collor, que voltaria a delinquir e, no momento, está mais uma vez nas barras da última instância, o que comprova o erro de inocentá-lo, cometido pelo STF, não foi ele, mas, sim, o notório Márcio Thomaz Bastos.
José Nêumanne Pinto
Jornalista, poeta e escritor