Nêumanne: discurso no lançamento “José Maranhão, uma vida de coerência”

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O jornalista José Nêumanne Pinto foi escolhido por seus colegas na Academia Paraibana de Letras Ângela Bezerra de Castro e Gonzaga Rodrigues para apresentar (discursar no lançamento) o livro de ambos José Maranhão, uma vida de coerência, biografia do governador da Paraíba, que acaba de ser publicada pela Editora Paz e Terra. A noite de autógrafos teve lugar no auditório da Unipê, o mesmo em que Nêumanne tomou posse, em setembro do ano passado, na cadeira nº 01, de Augusto dos Anjos, da Academia Paraibana de Letras (APL), na terça-feira 15 de dezembro de 2009. Nêumanne se referiu às frases de um jornalista paraibano como ele, Assis Chateaubriand, e de um político como Maranhão, Luiz Inácio Lula da Silva, para destacar como apresentador e biografado trafegam na contramão dos maus costumes brasileiros de trocar de partido e abandonar ideais nestes nossos tempos. Lula se definiu uma “metamorfose ambulante”, citando Raul Seixas. E Chatô disse ser a coerência “a virtude dos imbecis”. O escritor paraibano indicou identidades de sua trajetória profissional com a vida pessoal e política do governador paraibano, principalmente o retorno às raízes e a fidelidade a ideias e convicções, uma raridade no atual mundo materialista e oportunista e principalmente no Brasil contemporâneo. Por isso, convidou o governador para presidir o “sindicato dos imbecis”, reivindicando para ele mesmo a vice-presidência. abrindo as inscrições e manifestando a esperança de que o sucesso de Maranhão, governador de seu Estado natal pela terceira vez, e a carreira dele próprio em jornal, rádio e televisão no Sudeste do País, impeçam a unanimidade dos oportunistas triunfantes sobre a coerência e a lealdade. Ângela Bezerra de Castro disse que a leitura de Nêumanne comprova que os autores atingiram o objetivo do livro. Gonzaga Rodrigues confessou que, sendo um jornalista provinciano, jamais se manifestaria de forma tão ousada como o apresentador. E José Maranhão comungou com o clima descontraído dos discursos anteriores, aceitando a pecha de “imbecil” no bom sentido e lembrando um episódio histórico exemplar: chamado por um colega de coligação partidária a aderir ao partido político que apoiava a ditadura militar para se salvar da cassação dele ouviu a promessa de um “guarda-chuva” para sua atuação parlamentar. Sua resposta foi: “sou sertanejo, meu amigo. Para mim, chuva é bênção, não maldição”. E foi cassado.

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