Como jogador do Internacional de Porto Alegre, Didi Pedalada não deixou lembranças similares às de craques como Tesourinha, Flávio, Falcão ou Alexandre Pato. Seu nome entrou mesmo para a história como o agente do Dops gaúcho que seqüestrou os uruguaios Lilian Celiberti e Universindo Díaz, que os tiranos brasileiros entregaram de mão beijada aos colegas uruguaios.
As ditaduras militares no Cone Sul foram extintas, mas esse tipo de colaboração internacional, não! Agora mesmo, a zelite petista que manda no País despachou de volta para Cuba, a pedido do ditador Fidel Castro, os boxeadores Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara, que tentaram trocar o Paraíso socialista pelo inferno do capitalismo selvagem. Mas foram impedidos pela Polícia Federal, sob o comando do causídico gaúcho Tarso Genro.
Sua Excelência foi rápido e rasteiro para mandar seus Didis Pedaladas de agora localizarem e prenderem os “desertores”, conduzidos ao jatinho especial que o Comandante enviou ao Brasil para tornar efetiva a deportação decretada pelo governo dos amigos companheiros. E não lhe faltou cara-dura para mandar seus assessores contarem que o governo não tinha como impedi-los de voltar a Cuba, porque eles nem sequer pediram refúgio.
A presteza da deportação dos pugilistas contraria a tradição brasileira de abrigar assaltantes como o inglês Ronald Biggs e colegas de Fidel, caso do paraguaio Alfredo Stroessner. Mas, desta vez, Lula nem pode dizer “nunca antes neste País”, pois os militares já o tinham feito. Agora é torcer para que os deportados não tenham pior destino que os uruguaios. Afinal, eles sobreviveram.
© Jornal da Tarde, quinta-feira, 02 de agosto de 2007