Diálogo em versos (Sobre “Poemas vis”, de Gustavo de Castro)

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  • Considerações sobre Poemas vis, de Gustavo de Castro
    José Nêumanne

    O verso canta
    e encanta.
    A estrofe atura
    e apura.

    O poema decanta,
    o poema espanta.

    A poesia depura.
    A poesia é obscura
    e, clara, cura.

    Resposta de Gustavo de Castro:

    Mas reverso
    Também canta
    E espanta
    Por que o reverso
    De todo verso
    Ainda é poesia
    É o viço do avesso.

    Tecendo o diálogo, Hildeberto Barbosa Filho por e-mail:

    A poesia é clara pura:
    impura é a alma do poema.

    A poesia encanta
    quando encontra a clara
    do poema.

    O poema se desencontra
    se não se lava na larva clara
    da poesia.


  • Instalação para um nada

    o esteta se estatela
    O ar tem jaulas.

    em língua de fogo
    as placas.

    Pisando em
    (o ovo ou a galinha?)
    brasas. Daniel
    e sua plateia de
    sátrapas.

    O nada
    arauta. À mancheia.

    Em manchas de
    Rorschach

    devolve o céu,
    o abutre do mesmo
    ferimento,
    um sangue por dentro
    de culatras.

    Astier Basílio

  • LEIA O ARTIGO:
    A poesia nunca concede, sempre depura. Dila e Gustavo de Castro trazem uma significativa contribuição ao gênero”, por José Nêumanne | © O ESTADO DE SÃO PAULO, 6 (sábado) de março de 2010, Caderno 2, p. D8. Fotos: Leonardo Soares A/E | Carol Matias |
    Acesse o site oficial: www.neumanne.jor.br/backup
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