Relato da Paraíba
A coluna pescou este relato de Astier Basílio, que chegou, ontem, à mesa de Zé Nêumanne :
Cheguei cedo demais à redação do Correio da Paraíba. Resolvi ir ao mercado central, tomar café. Paro em uma barraquinha, a televisão está ligada no Bom Dia Brasil, momento em que Marcos Losekann fala sobre as minúcias da operação que matou Osama. Para o homem que me atende, certamente o dono do local, peço um café com leite – ‘mais leite que café por favor’ – e um queijo de coalho com pão francês, há um outro que, pela semelhança, julgo ser irmão do proprietário, e que não para de rebater os comentários – ao que à narração da Globo alude a uma ação cirúrgica, o moço arrebenta em comentários dizendo : ‘cirúrgica o quê ? Foi um assassinato ! Ele era um terrorista ? Era ! Mas que foi um assassinato, isso foi”. Agora vem a parte que lhe interessa. Enquanto tomo o café, o mesmo indignado homem me diz : “é como falou ontem no comentário José Nêumanne Pinto (falou teu nome todo, como se escandisse) : os Estados Unidos não falam dos “milhares” (o número não foi lembrado por Astier) de civis mortos na Guerra do Afeganistão.” O homem das ruas faz sua leitura dos acontecimentos. Ainda mais na Paraíba, onde Zé Nêumanne é motivo de orgulho dos paraibanos. E deste seu primo.
Porandubas Políticas.
Quarta-feira, 4 de maio de 2011 – Migalhas nº 2.622