Michel Temer se convenceu de que sua luta política e jurídica será longa. Apesar de identificar neste o período mais difícil vivido por seu governo, ele repete que terá disposição para “resistir, enfrentar e ganhar cada batalha”. Será que ele ainda não percebeu que sua luta agora é contra o Brasil, contra todos nós, contra os 14,2 milhões de desempregados? O presidente agarra-se a chicanas jurídicas de seus advogados, chefiados por Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, espetáculos grotescos como o do perito Ricardo Molina, enquanto, incapaz de dar qualquer explicação racional ao distinto público pagante, confessa pelo avesso que acha ser ele o único esperto e nós somos todos completos idiotas.
(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado – FM 107,3 – da quarta-feira 24 de maio de 2017, às 7h30m)
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Abaixo, a íntegra da degravação do comentário:
Eldorado 24 de maio de 2017 Quarta-feira
Como transcorreu o primeiro dia útil nesta semana posterior às terríveis revelações sobre o envolvimento do presidente Michel Temer no escândalo de corrupção revelado por Joesley Batista, da JBS?
Reportagem de Tânia Monteiro e Carla Araújo, no Estadão de hoje dá conta de que em mais um dia de fatos negativos para o Palácio do Planalto, com a prisão de um assessor especial do presidente Michel Temer, o ex-vice-governador do Distrito Federal Tadeu Filipeli, a entrega da maleta de dinheiro por outro, o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures, e em meio à crise política provocada pela delação de executivos da JBS, ministros saíram em defesa do governo. Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil) foram escalados para tentar passar mensagem de normalidade dizebdi que o “governo continua trabalhando”. Sem citar a operação de ontem, Moreira postou um vídeo nas redes sociais e afirmou que é preciso “independência e autonomia dos Poderes”. “Que o Poder Judiciário, apoiado por todos nós, continue o seu trabalho. Que o Executivo permaneça firme, com compromisso de levar até o fim o que está escrito na ‘Ponte para o Futuro’, que é a trajetória para tirarmos o país da mais grave crise da história”, afirmou.
O ministro citou ainda a importância de que parlamentares continuem votando a agenda de reformas do governo, como quer o presidente Temer, para mostrar que seu governo não está paralisado.
A tentativa transformou o Senado num ringue de MMA
SONORA + A leitura do relatório da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos no Senado teve tumulto: a oposição tentou impedir a leitura do relatório.
SONORA 2405 CONFUSAO
Padilha foi na mesma linha e voltou a falar da reforma da Previdência. “A reforma não saiu de pauta e serão cumpridos os prazos definidos pelo Congresso”, completou.
Temer está convencido que a luta política e jurídica será longa. A interlocutores, apesar de reconhecer o período mais difícil vivido por seu governo, o presidente tem repetido que terá disposição para “resistir, enfrentar e ganhar cada batalha”. Será que esse cara não percebe que a luta dele agora é contra o Brasil, contra todos nós, contra os 14,2 milhões de desempregados?
Temer perdeu a oportunidade de passar para a História como um presidente que tirou o Brasil da crise moral, financeira, econômica e política causada pelos quatro desgovernos petistas, dos quais participou de dois, avalizando a eleição e a reeleição da mais desastrada gestora pública da História da República, Dilma Rousseff. Apesar de sua biografia não autorizar que esperássemos dele gestos de grandeza para entrar na História, como fez Getúlio em 1954, ou até uma tentativa de reversão do quadro, que foi a tentativa de Jânio Quadros ao renunciar à Presidência em 1961, é preciso registrar que seu pretenso heroísmo demonstrado na ocasião não passa de traição à Pátria. O País sangra durante o que ele chama de sua luta politica e jurídica. Ele agarra-se a firulas jurídicas de seus advogados, chefiados por Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, espetáculos grotescos como o do folclórico perito Ricardo Molina, enquanto, incapaz de dar qualquer explicação racional ao distinto público pagante, confessa pelo avesso, agarrado à fantasia de que só ele é inteligente e esperto e todos os demais brasileiros são rematados idiotas, que podem ser enganados impunemente.
A entrada em cena de dois outros remanescentes do governo Dilma, Moreira e Padilha, é mais uma cusparada na cara da Nação de um presidente incapaz de perceber que a festa acabou, como no poema José, de Carlos Drummond de Andrade. Lamentável que ele tenha preferido o lixo da História a uma possível redenção de seus crimes por um gesto de generosidade, que não tem sido capaz de fazer.
Por que o Supremo Tribunal Federal não pôs em votação no plenário hoje o pedido do relator da Lava Jato, ministro Luiz Edson Fachin, se o presidente da República, Michel Temer, será ou não investigado por corrupção, obstrução à investigação e lavagem de dinheiro?
Temer confessou que não tem chance de ganhar o jogo no STF ao recuar do erro brutal que cometeu, um entre tantos, de recorrer ao STF para evitar a investigação, primeira na História, de suas atitudes criminosas.
Notoriamente covarde, como definiu Lula, que nomeou alguns de seus ministros, a corte, que Gilmar Mendes tanto define como Suprema, deixa a areia escorrer na ampulheta e se esconde no seu juridisquês barroco, já que o presidente não consegue mais fingir que governa com seus apostos, suas mesóclises e sua voz de ventríloquo.
O Brasil vive a tragédia de um País em que a Nação não pode contar com nenhum de seus três poderes. Já passamos por momentos terríveis na História, nenhum, contudo, com a gravidade pela qual estamos passando neste momento. Os 11 ministros do STF, particularmente a presidente Cármen Lúcia pagarão caro em suas biografias por essa pusilanimidade temerária coletiva.
Que papel faz o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, neste cenário? Ele deu explicações satisfatórias sobre a decisão do Ministério Público Federal de dar ao delator Joesley Batista, da JBS, o prêmio de ficar livre morando com a família no exterior em troca das informações que passou e que ajudarão a investigar o grande escândalo de corrupção que ele protagonizou?
Janot ainda nos deve um pronunciamento público. Publicar um artigo na Uol é impróprio e demonstra que o funcionário está com o rei na barriga.
No texto, em português bem capenga em que incorre até em expressões absurdas como outra alternativa, ele perguntou: “Até onde o país estaria disposto a ceder para investigar a razão pela qual o presidente da República recebe, às onze da noite, fora da agenda oficial, em sua residência, pessoa investigada por vários crimes, para com ela travar diálogo nada republicano?”, escreve Janot sobre o encontro de Temer com Joesley Batista no dia 7 de março, no Palácio do Jaburu. O presidente tem questionado uma suposta edição do áudio entregue pelo empresário com a conversa gravada, mas confirma o encontro.
Sobre Aécio, flagrado em negociação de R$ 2 milhões em propina, Janot questiona: “Quanto valeria para a sociedade saber que a principal alternativa presidencial de 2014, enquanto criticava a corrupção dos adversários, recebia propina do esquema que aparentava combater e ainda tramava na sorrelfa para inviabilizar as investigações?.”
Em respostas a suas indaganações (indagações com enganações), encontrei num texto muito instigante do colega Augusto Nunes no site da Abril. Peço vênia ao autor e aos ouvintes para ler aqui o último parágrafo:
“Independentemente da culpa dos denunciados pelos Esleys Safadões, beneficiários da delação mais premiada da história – com direito a liberdade total, especulação bilionária à custa de sangria na economia nacional, vidão em Nova York e deboche da cara dos brasileiros honrados –, o fato é que Janot atropelou a Constituição, o bom senso e a lógica na condução do processo, e tudo isso sob olhares parceiros do Supremo. Em uma nação menos ressabiada, ainda mergulhada na era da inocência, talvez seus arroubos pudessem ser creditados à sede de justiça, ao senso do dever ou à paixão pela pátria. Nas atuais circunstâncias, soa mais como sede de poder, oportunismo e paixão desmedida por holofotes. Com as instituições e seus titulares enfraquecidos, falta quem coloque Janot em seu devido lugar”.
A Nação pergunta por quê.Eu acrescento às observações argutas de Augusto com algumas anotações:
1 – busca de notoriedade em fim de mandato. Viu como eu sou poderoso?
2 – participação na luta política para reforçar atitudes impróprias como as tentativas de interferir no processo de votações no Congresso de pleitos corporativos lei do abuso da autoridade e dez medidas contra a corrupção.
3 – fortalecimento de situações imperdoáveis da mesma corporação, como os privilégios salariais de procuradores e juízes.
O trabalho do MPF é muito popular, porque mostrou que é possível acabar com a impunidade, mas isso não dá a seu chefe poderes de soberano absoluto.
Sou obrigado a esperar que, desta vez, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, tenha razão quando sinaliza que os benefícios concedidos aos empresários da JBS poderão ser revistos pela Corte. Pelo acordo de delação premiada firmado pelo Ministério Público Federal, os irmãos Joesley e Wesley Batista ganharam anistia total aos crimes cometidos e foram autorizados a residir fora do Brasil. Marco Aurélio disse que “realmente a negociação pode partir do Ministério Público, mas quem fixa os benefícios é o Judiciário. Nesta delação de agora, o ministro Edson Fachin somente homologou o acordo nos aspectos formais, não o conteúdo em si, o conteúdo em si será avaliado pelo órgão julgador, que é o plenário do Supremo”. Neste caso, espero que Marco Aurélio seja confirmado.
As declarações do ministro foram dadas durante um seminário que discutiu o uso das delações premiadas no País, realizado na noite desta terça-feira pela Uniceub, em Brasília.
O ex-presidente nacional do PSDB, senador afastado Aécio Neves, deu explicações razoáveis ao público para sua atitude constrangedora nas denúncias que lhe foram feitas pelo MPF no escândalo revelado pelo marchante Joesley Batista?
O senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) divulgou um vídeo, em sua primeira aparição pública após ser afastado do Senado e da presidência do PSDB a partir da delação de Joesley Batista, da JBS, em que reitera versão de sua defesa sobre dinheiro pedido ao empresário. Sua irmão, Andrea Neves, também citada nas acusações, foi presa preventivamente.
Em uma fala de quatro minutos, Aécio afirmou que recorreu ao empresário da JBS para vender um apartamento de sua família no Rio de Janeiro porque “não fez dinheiro na vida pública”.
Melhor faria se tivesse calado. Aécio não é apenas uma vergonha para a memória de seu avô, Tancredo. Mas também para os 51 milhões de brasileiros que imaginaram que ele poderia ser alternativa a Dilma Rousseff e Michel Temer. Mostrou apenas ser um engodo de vaidade, preguiça, comportamento inadequado. E agora se sabe um participante do esquema de roubo montado pelos adversários.
Na coluna O Jogo do Poder, do jornal O Globo de ontem, Lydia Medeiros noticiaou que o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) anunciou uma investigação da Comissão de Fiscalização e Controle sobre eventuais omissões da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o xerife do mercado de capitais. Qual o motivo dessa iniciativa?
Os senadores querem saber como a CVM vigiou a JBS nos últimos cinco anos, período em que conseguiu lucros bilionários na compra e venda das próprias ações, contratos cambiais e derivativos. Em 2014, ano de eleições, a JBS lucrou mais de R$ 8 bilhões no mercado financeiro. Tudo o que aconteceu resulta do aparelhamento dos órgãos controladores CVM, Anatel, Banco Central, Receita Federalm etc, A manada passa e ninguém ouve o tropel.
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