Comentário no Jornal Eldorado: Só dói quando anda

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O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobrás Aldemir Bendine foi preso ontem num condomínio de luxo em Sorocaba no interior de São Paulo em cumprimento da Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato. Bendine era o queridinho de Lula. Começou como boy no Banco do Brasil e chegou à Presidência da instituição em 2009. Ficou nela até 2015, quando o Dilma Rousseff o nomeou presidente da Petrobrás, substituindo a amigona de madama presidenta Graça Forster, por causa do escândalo á qual a maior estatal brasileira deu o nome, Petrolão. Isso tudo deixa claro que a Lava Jato continua; as origens e companhias de Temer não deixarão de assombrar as noites do Jaburu. Terá sido por isso que a família real se assombrava no Alvorada? O papo da gerentona honestinha da Dilma é furado. O atólico Lula esqueceu-se do “diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és”.

(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado – FM 107,3 – na sexta-feira 28 de julho de 2017)

Para ouvir clique no link abaixo e, em seguida, no play:

https://soundcloud.com/jose-neumanne-pinto/neumanne-2807-direto-ao-assunto

Para ouvir Cobra Criada, de João Bosco, com Elis Regina, clique no link abaixo:

Para ouvir no blog do Nêumanne, Política, Estadão, clique no link abaixo:

http://politica.estadao.com.br/blogs/neumanne/so-doi-quando-anda/

 

Abaixo, a íntegra da degravação do comentário:

 

Eldorado 28 de julho de 2017 – Sexta-feira

A prisão de Aldemir Bendine sinaliza de que a Operação Lava Jato ainda tem muitas cartas pra sacar da manga, é?

O ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobrás Aldemir Bendine foi preso ontem num condomínio de luxo em Sorocaba no interior de São Paulo em cumprimento da Operação Cobra, 42ª fase da Lava Jato.

Segundo as investigações realizadas até este momento, o ex-presidente das instituições mencionadas e pessoas a ele relacionadas teriam solicitado vantagem indevida em razão dos cargos exercidos para que o Grupo Odebrecht não viesse a ser prejudicado em futuras contratações da Petrobrás e, em troca, o grupo empresarial teria efetuado o pagamento em espécie de ao menos 3 milhões de reais. Aparentemente estes pagamentos somente foram interrompidos com a prisão do então presidente do Grupo Odebrecht.
O nome da fase (COBRA) é uma referência ao codinome dado ao principal investigado nas tabelas de pagamentos de propinas apreendidas no chamado Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht durante a 23ª fase da Operação Lava Jato.
Os presos foram levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba onde estão à disposição do juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR.

O ponto de partida da Operação Cobra foi a delação do empresário Marcelo Odebrecht, preso desde junho de 2015. Odebrecht relatou como foram as negociações que resultaram no pagamento de propina de R$ 3 milhões para Aldemir Bendine, a quem ele chama de ‘Dida’, ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobrás.

O ex-presidente da Petrobrás deverá ficar recolhido, em princípio, durante cinco dias, em regime temporário. Na planilha de propinas da Odebrecht ela era identificado pela alcunha ‘Cobra’.

Bendine era o queridinho de Lula. Começou como boy no Banco do Brasil e chegou à Presidência da instituição em 2009. Ficou nela até 2015, quando o Dilma Rousseff o nomeou presidente da Petrobrás, substituindo a amigona de madama presidenta Graça Forster, por causa do escândalo á qual a maior estatal brasileira deu o nome, Petrolão.

Quer dizer, então, que ele não foi nomeado para moralizar a Petrobrás, mas, sim, para eliminar provas da cumpanherada envolvida no megaescândalo da petroleira? Em que estado essa revelação deixa a reputação de Lula e de Dilma?

Na chón, como diria Dona Armênia, interpretada por Aracy Balabanian na novela globão Rainha da Sucata, protagonizada por Regina Duarte, às “minhas filhinhas”, lembra-se? Vamos ouvir o que Bendine disse quando assumiu a Petrobrás

SONORA 2807 BENDINE

O que essa petezada tentou nos fazer a todos de bestas não está no gibi. Mas tudo está sendo desvendado, espero em Deus, se o sinistro da Justiça Torquato Jardim deixar, não é mesmo?

Bendine, como Palocci, também, foi queridinho do mercado e seu cinismo ultrapassa todos os limites

Quando presidente do BB, foi flagrado com um patrimônio inexplicável e ele teve a caradura de dizer que guardava dinheiro vivo em casa. O cara desonra uma instituição de crédito de 200 anos, fundada no tempo do rei português dom João VI e se comporta como o dono de um restaurante chic que faz suas refeições no boteco sujo ao lado. Mas, mesmo depois dessa e do escândalo do empréstimo que autorizou para Val Marchiori, uma das “Mulheres ricas” da Band, ele foi promovido pra Petrobrás. E quando Dilma caiu, ele foi cotado para ficar, pois era tido como um grande gestor. Esse incidente mostra que Temer não tem muito juízo, mas a sorte dele é sesquipedal. E lhe conto mais: tentou ser o indicado do governo para presidir a Vale privatizada, também no governo atual.

Isso tudo deixa claro que

A Lava Jato continua

As origens e companhias de Temer não deixarão de assombrar as noites do Jaburu. Terá sido por isso que a família real se assombrava no Alvorada?

O papo da gerentona honestinha da Dilma é furado

Lula é católico praticante, mas se esqueceu do princípio bíblico do diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és.

É. E além disso as revelações sobre seu comportamento pelos procuradores da Lava Jato são, no mínimo, pitorescas, não é?

Sim. É o primeiro executivo que foi presidente de uma poderosa estatal que foi preso, pediu propina em plena efervescência da Lava Jato, declarou a referida  propina ao Imposto de Renda, apagou mensagens no aplicativo quatro horas depois de transmitida, mas fez questão de guardar algumas sem pensar que ia ajudar na investigação, que, aliás, foi batizada com seu apelido íntimo, Dida, o grande craque do Flamengo tricampeão 53.54 e 55, Joel, Moacir, Evaristo, Dida e Zagalo no quadro da sala de minha casa que meu pai levou depois de assistir a final no Maracanã contra o América.

E, de acordo com a Época Expresso, o cobra Dida Bendine deverá esclarecer injeção de dinheiro da Previ em obra da Odebrecht. Será que isso aí ainda vai dar panos pras mangas?
Com certeza. De fato, a prisão está relacionada a pedido de recursos para facilitar situação da empreiteira na Petrobras. De acordo com o colega Murilo Ramos publicou no site da Época Expresso logo depois da prisão e no fim da tarde, na hora em que os toureiros, morrem, a Operação Cobra  está relacionada a depoimentos de delatores da Odebrecht sobre o pedido de propina feito por ele para facilitar a situação da empreiteira na estatal. A Odebrecht, enrolada na Lava Jato, estava sem receber da Petrobras. Mas há outro capítulo da ligação de Bendine com a Odebrecht que precisa ser mais bem esclarecido: a injeção de recursos de mais de R$ 800 milhões da Previ – fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil –, num empreendimento imobiliário da Odebrecht em São Paulo em 2012. No período, Bendine era presidente do Banco do Brasil. O fundo de pensão – que havia tomado um prejuízo gigantesco com a Odebrecht após investir recursos no complexo turístico da Costa do Sauípe – voltou a aportar recursos num projeto da empreiteira. A participação do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega no episódio, conforme antecipou EXPRESSO em setembro do ano passado, também precisa ser mais bem apurada.

Não se esqueça de que a Previ também foi sócia da OAS na Invepar.
Ou seja, o novo alvo da Lava Jato deve ser Banco do Brasil e Previ.

Resta saber se a Lava Jato não será sufocada pela pendenga do governo na crise em que os cofres da União só têm dinheiro para as emendas parlamentares dos deputados que votarão a acusação de Janot contra Temer e o ministro da Justiça já avisou que vai cortar verbas para a Polícia Federal. Será que isso não vai interferir nas investigações?

Governo corta mais 7 bilhões e meio de reais do PAC e verba cai 45% no ano é a manchete do Estadão, que está em cima de sua mesa. É a crônica da penúria anunciada, seu Haisem.

O sinistro da Justiça, Torquato Jardim, admitiu ontem nesta quinta-feira, 27, que o contingenciamento de verbas do governo federal pode afetar a Polícia Federal. Segundo disse, a falta de recursos pode levar a uma ‘seleção de ações’.

“Sendo honesto, sincero e transparente, (o contingenciamento) poderia implicar um processo seletivo de ações, não realizar todas as ações necessárias”, disse. O ministro da Justiça defende que há um “constrangimento orçamentário”, não corte. “O constrangimento de orçamento é notório. Mas não há corte. Há contingenciamento”, completou.

SONORA 28017 JUSTIÇA

Como o Estado mostrou em maio, sob o governo de Michel Temer, a Polícia Federal reduziu a equipe destacada para a força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, e diminuiu 44% do orçamento de custeio previsto para 2017. Esse foi o primeiro corte expressivo no efetivo de investigadores, nos três anos do escândalo. Em Curitiba, o contingenciamento foi de um terço – o que levou a Polícia Federal a desmanchar a força-tarefa da Lava Jato no Paraná.

O sinistro age como o sujeito que esfaqueia o rival e, depois, o consola dizendo que só vai doer quando ele tentar andar.

O procurador da República Athayde Ribeiro Costa, que integra a força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato, disse ontem que a Polícia Federal precisa ser ‘fortalecida’ para dar continuidade às investigações sobre o maior escândalo de corrupção no País. Ele atribuiu ao sinistro da Justiça Torquato Jardim medidas que levaram à ‘diminuição do efetivo’ da PF. “O ministro anterior, Alexandre de Moraes, se comprometeu a fortalecer a Lava Jato. O atual ministro não fez movimento no mesmo sentido, sequer consultou a força-tarefa sobre o quanto de investigação tinha e o quanto de necessidade de efetivo havia”, disse Athayde, durante entrevista coletiva sobre a Operação Cobra, fase 42 da Lava Jato deflagrada nesta quinta-feira, 27, que prendeu o ex-presidente da Petrobrás Aldemir Bendine. Ou seja, o tal do Jardim acha que esperto no mundo só ele. O resto, inclusive nós, somos um bando de idiotas.

Por falar no esperto Bendine, vamos ouvir Cobra criada, de João Bosco, com Elis Regina, almirante Nelson?

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José Nêumanne Pinto

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