Três sentimentos inspiraram a votação – de 263 deputados a favor contra 227 – que dispensou o presidente Michel Temer de responder ao Supremo Tribunal Federal pelo crime de corrupção passiva. O primeiro deles é a síndrome da propaganda da vodca: “eu posso ser você amanhã”, pois um terço dos deputados (assim como proporção similar de senadores) vive sob a ameaça de investigações policiais e judiciais de suspeitas de crimes iguais. O segundo, a cumplicidade. Apesar de antes ter abandonado Eduardo Cunha, o PMDB da Câmara resolveu se agarrar ao chefe do governo federal como última esperança para manter seus foros. O terceiro, o medo do fantasma populista de Lula pairando sobre suas cabeças até 2018.
(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado – FM 107,3 – na quinta-feira 3 de agosto de 2017, às 7h30m)
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