Aécio Neves cuspiu na cara de metade dos eleitores brasileiros: estes tiveram a ilusão de que ele seria o líder indicado para reconstruir o País depois da tempestade petista que assolou as contas públicas nacionais. Mas se dedicou ao ócio e à inutilidade após ter perdido a eleição por pouco para Dilma e Temer. Depois, acusado de ter recebido propina para participar do mesmo processo de roubo como oposição fake, Aécio virou vergonha nacional. Seu avô Tancredo deve se ter revirado no túmulo em São João Del Rey depois da destituição de Tasso pelo tiranete do Solar dos Neves. Esse neto está conduzindo o próprio partido e o legado familiar para um enterro político e moral na eleição do ano que vem. Mas tudo indica que o féretro não poderá ser conduzido para Minas, pois o remelexo de Tancredo será capaz de produzir um abalo sísmico de consequências imprevisíveis.
(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado – FM 107,3 – na sexta-feira 10 de novembro de 2017, às 7h30m)
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Abaixo, a íntegra da degravação do comentário:
Eldorado a0 de novembro de 2017 – Sexta-feira
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) destituiu ontem à tarde, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) da presidência interina do PSDB. Que razão poderia ter o presidente afastado do partido para destituir o interino?
Segundo nota divulgada por Aécio, o motivo é a “desejável isonomia” entre os candidatos que disputarão o comando da sigla em dezembro. O tucano mineiro afirmou, ainda, que a sua decisão foi “absolutamente legítima”, “natural” e “necessária”.
SONORA 1011 AÉCIO
A alegação da isonomia é absurda. Em benefício próprio, Aécio desafia a Constituição que permite a reeleição de mandatários no exercício do cargo. Quem ele pensa que é para ficar acima da lei? Faz isso porque a Comissão de Ética do Senado, o partido e o Supremo Tribunal Federal agem como vassalos em relação a ele? É o hábito da vassalagem que o faz agir de forma autoritária e egocêntrica além da conta?
A candidatura de Jereissati foi oficializada ontem e ele deve ter como adversário na disputa o governador Marconi Perillo (PSDB-GO), que tem o apoio do grupo ligado a Aécio. Nos bastidores do partido comenta-se que o cearense tem um pacto com Ciro Gomes para apoiá-lo ano que vem, enquanto o governador de Goiás é sabidamente ligado a Lula e ao PT.
No seu afã tirânico, o presidente afastado nomeou o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman para comandar o próprio projeto sucessório.
Goldman disse que o senador mineiro tomou a decisão de destituir Tasso Jereissati do comando tucano porque tem “prerrogativa partidária” para isso, segundo o estatuto da sigla. “Aécio tem essa prerrogativa estatutária e eu apenas obedeço o estatuto. Vou procurar fazer uma disputa com mais isonomia”, disse Goldman ao Estado/Broadcast.
O ex-governador foi escolhido por ser o mais velho entre os oito vice-presidentes nacionais do PSDB. Segundo Goldman, é possível que, até a convenção, surja um terceiro nome.
Tasso e Aécio tiveram uma discussão dura antes do anúncio de que o senador cearense seria destituído da presidência do partido. O tucano mineiro pediu ao colega, na conversa, que renunciasse ao cargo para que houvesse “isonomia” na disputa. Tasso, então, segundo relato de aliados, respondeu em tom duro: “Você prorrogou seu mandato de presidente do partido sem consultar a executiva”. O cearense disse que não renunciaria e, diante do posicionamento, Aécio o avisou que, com base no estatuto, determinaria sua destituição.
SONORA _ TASSO
Aécio cuspiu na cara de metade dos eleitores brasileiros. Estes tiveram a ilusão de que ele seria o líder indicado para reconstruir o País depois da tempestade petista que assolou as contas públicas nacionais. Mas ele se dedicou ao ócio e à inutilidade depois de perder a eleição por muito pouco para Dilma e Temer. E depois foi acusado de ter recebido propina para participar do mesmo processo de roubo como oposição fake. Aécio é uma vergonha nacional. Seu avô Tancredo deve estar se revirando no túmulo em São João Del Rey depois dessa última atitude. O neto está conduzindo o próprio partido e o legado familiar a um enterro político e moral na eleição do ano que vem. O féretro não poderá ser conduzido para Minas, pois o remelexo de Tancredo será capaz de produzir um abalo sísmico.
O advogado de Temer, Eduardo Carnelós, pediu ao relator da acusação de Janot contra Temer que, ao contrário do que decidiu, não desmembre mais os processos dos acusados neles que não tenham foro privilegiado para a primeira instância. O que o moveu a fazer isso?
O dr. Carnelós ponderou – se é que se pode usar o verbo ponderar no caso – ao ministro Edson Fachin para que ‘reconsidere’ o despacho em que determinou o desmembramento do inquérito do ‘Quadrilhão do PMDB’ na Câmara. Segundo o defensor, a continuidade das investigações sobre quem não tem foro privilegiado, determinada pelo magistrado, gera o ‘risco de ocorrer colheita de prova sem a participação’ das defesas de Temer e seus ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), contra quem a ação está suspensa.
Depois de a Câmara dos Deputados barrar a análise no Supremo Tribunal Federal da denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer e os ministros Franco (Secretaria-Geral da Presidência), por organização criminosa e obstrução de Justiça, o ministro Edson Fachin, da Corte máxima, decidiu desmembrar a denúncia para que tramite na primeira instância. Fachin decidiu enviar ao juiz Sérgio Moro, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, a parte da denúncia pelo suposto crime de organização criminosa que se refere ao restante do núcleo político do PMDB da Câmara — o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), o ex-assessor especial da presidência Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR).
Já a parte da denúncia que é pelo crime de obstrução à investigação de organização criminosa, com relação a Joesley Mendonça Batista e Ricardo Saud, será encaminhada à Justiça Federal em Brasília.
O advogado do presidente afirma que ‘não se opõe à decisão’, mas pondera a ‘reconsideração’ do despacho.
“Ora, permitir que tal imputação tenha sequência em relação a alguns dos denunciados, e permaneça suspensa em relação a outros (dentre os quais, no dizer da absurda inicial acusatória, aquele que seria o líder da cerebrina organização criminosa), implica aceitar o risco de que, sem que estes últimos possam defender-se na eventual instrução criminal que venha a ser realizada, o julgamento dos fatos poderá atingir, irreversivelmente, aqueles que não puderam participar da colheita da prova, com prejuízo evidente a eles! “, afirma o defensor. E afirmou que ‘a própria produção probatória poderá constituir irreparável prejuízo àqueles que dela não tenham podido participar, porque a acusação contra eles permanecerá suspensa’.
Ou seja, a defesa do presidente está propondo a extensão preventiva do foro já superprivilegiado do chefe do governo a todos quantos sejam acusados de crimes em cumplicidade com ele. Temer é um pândego. E só algo muito sórdido pode justificar essa atitude: a certeza de que cometeu delitos que poderão comprometê-lo no futuro ao sair da presidência e perder o foro. Sua Excelência não perde uma ocasião para envergonhar o país que governa. Hoje é um títere nas mãos do abjeto Centrão e de outros deputados que impediram as investigações pedidas por Janot. E mesmo protegido por essa jabuticaba absurda que é não responder por crimes cometidos no exercício do Supremo quer impor à Nação uma espécie de indulgência perpétua para conseguir a impunidade perene.
Líderes de diversos partidos tentam reverter um entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que a inelegibilidade de 8 anos estabelecida na Lei da Ficha Limpa, implementada em 2010, pode ser aplicada em casos anteriores ao ano em que a regra começou a valer. Será que mais essa manobra contra o Judiciário será bem sucedida?
Por meio de um projeto de lei complementar do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), os deputados de 19 partidos querem “disciplinar” o alcance da lei, que torna inelegível condenados por abuso de poder econômico ou político. A informação foi dada na coluna Poder em Jogo, do GLOBO. A Lei da Ficha Limpa foi sancionada em junho de 2010 e começou a valer nas eleições seguintes, de 2012, mas por um placar apertado, de 6 a 5, o Supremo decidiu no início do mês passado que os políticos condenados antes de a lei entrar em vigor também podem ser atingidos por essa inelegibilidade de oito anos.
Apesar de ser uma lei mal redigida e cheia de buracos, a ficha limpa é sem dúvida um avanço moralizante na sórdida prática da política do Brasil. Agora, sob a liderança dos líderes do partido do governo, Baleia Rossi, do PMDB, e da oposição, Carlos Zaratini, do PT, os bandidos e suspeitos do Congresso querem destruir também o seu legado. Mais uma vergonha a negar o ufanista Afonso Celso. Por que me envergonho do meu País…
Os militantes de movimentos negros que vazaram o vídeo que motivou a suspensão do jornalista William Waack de seus programas na Globo e na Globo News vieram a público dizer que o fizeram para debater o racismo e porque o colega ofendeu. Que dizer disso?
Dois jovens admitiram terem vazado o vídeo em que William Waack se prepara para uma passagem durante a cobertura da eleição de Donald Trump, no ano passado. Ele aparece reclamando de um motorista que buzina, afirmando que “é coisa de preto”. Wiloliam foi afastado do Jornal da Globo depois do vazamento e seu programa na GloboNews, Painel, foi retirado do ar. O operador de VT Diego Rocha Pereira, 28 anos, e o designer gráfico Robson Cordeiro Ramos, 29, afirmaram à Rádio Jovem Pan que foram eles os responsáveis por divulgar as imagens.
É mentira. Não se pode dizer que William é racista porque, numa piada infeliz e sem graça, ele atribuiu genericamente a um “preto” o buzinaço que atrapalhava sua entrada ao vivo na cobertura da eleição presidencial americana no ano passado. Errar é humano, já diziam os romanos muito antigamente, e William errou, reconheceu o erro e pediu desculpas. Desculpas bastam? Muita gente acha que bastam inclusive esses petistas que chamam quem combateu os corruptos que levaram o Brasil a essa crise e a essa miséria num ambiente de pogrom ideológico nas redes sociais.
William não está sendo crucificado por ser racista. Pittigrili tornou famosa sua afirmação de que “toda pessoa tem seus cinco minutos diários de imbecilidade. A diferença entre as pessoas brilhantes e as demais é que, em seus minutos de imbecilidade, os brilhantes ficam quietos.” No caso de William, ele teve alguns segundos de imbecilidade e sua crucificação nu em praça pública por militantes da intolerância, nesses tempos de fogueiras da inquisição na Internet é tirânica, absurda, injusta e cruel. Acontece que William não está sendo exposto e maltratado por ser racista, mas por ser um jornalista independente. E também por ser brilhante. Os medíocres organizados e que formam quadrilhas de detratores nas redes sociais não perdoam um profissional brilhante, independente, que exerce aquela frase famosa de Millor Fernandes, segundo quem livre pensar é só pensar. Na condição de jornalista independente, sem ter procuração para defender o colega, venho aqui a meu público dizer que os jornalistas Augusto Nunes e Reinaldo Azevedo tiveram a coragem de vir a público denunciar esses novos Torquemadas, fascistinhas de esquerda e de direita que não toleram a convivência pacífica e não perdoam os erros alheios por menores e menos relevantes que sejam. O palpite infeliz do apresentador só foi levado ao público pela atitude clandestina, covarde e oportunista de seus detratores, que tiveram acolhida da Globo, cuja mauvaise conscience a põe sempre na posição defensiva que a leva a dilapidar seu patrimônio por mera covardia. Não há nos quadros do jornalismo da rede de televisão nenhum jornalista que tenha o currículo, o talento e a independência de William, que é o melhor jornalista da nossa geração e está quilômetros-luz à frente e acima de deus detratores e dos carrascos que executaram a pena dos detratores.
SONORA Amigo Roberto Carlos