O vídeo gravado pela deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) esculachando a legislação e a justiça trabalhista na companhia de quatro cavaleiros fortões e semidespidos numa lancha diante de uma paisagem paradisíaca, é estarrecedor. A futura ministra do trabalho num passeio de barco em plena e trágica crise de desemprego, como se fosse algo banal ela ter sido condenada (e não só processada) por ter violado a CLT, é uma cena, no mínimo, dantesca. Destaco especialmente um de seus quatro amigos de torso nu, como convém numa passeio de barco, dizendo que ele mesmo e qualquer um já descumpriram a lei trabalhista. Só em inglês há uma palavra para definir a sensação de ascp que a cena produz: disgusting. O mesmo vale para sua defesa pelo ministro Marun.
(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado – FM 107,3 – na terça-feira 30 de janeiro de 2018, às 7h30m)
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https://www.youtube.com/watch?v=PMivT7MJ41M
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http://politica.estadao.com.br/blogs/neumanne/era-so-o-que-faltava/
Abaixo, a íntegra da degravação do comentário:
Eldorado 30 de janeiro de 2018 – Terça-feira
Haisem O vídeo em que a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) aparece a bordo de uma lancha e se defende das ações que responde na Justiça do Trabalho causou mal-estar no Palácio do Planalto e entre integrantes do PTB. Há motivo para tanta controvérsia ou é só implicância com a moça, com o partido e com o pai dela?
Reservadamente, um deputado afirmou à reportagem do Estadão que a escolha de Cristiane para assumir o Ministério do Trabalho já trouxe muito desgaste ao partido e que outro nome não foi indicado até agora somente porque ela é filha do presidente da legenda, Roberto Jefferson.
Apesar do novo episódio, o Planalto diz que vai seguir até o fim com a nomeação de Cristiane e que espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) tome um decisão definitiva sobre o caso em breve. No PTB, por enquanto, também não se fala em um novo nome para assumir o cargo.
Indicada para a pasta em 3 de janeiro, a deputada vem sofrendo uma série de reveses na Justiça por conta de condenações em ações trabalhistas. Na semana passada, a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, suspendeu a posse por meio de uma decisão liminar (provisória).
Na gravação, que viralizou nas redes sociais, Cristiane aparece ao lado de amigos em traje de banho e diz que “todo mundo pode pedir qualquer coisa abstrata” na Justiça do Trabalho. Ela também afirma não entender por que está sendo processada. “Eu juro para vocês que eu não achava que eu tinha nada para dever para essas duas pessoas que entraram contra mim e eu vou provar isso em breve”, disse.
SONORA_CRISTIANE
A deputada foi condenada a pagar R$ 60 mil por dívidas trabalhistas a um de seus ex-motoristas e também fez um acordo com um outro empregado. As condenações motivaram entidades a entrar na Justiça para impedir a posse dela no ministério.
O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, classificou como “superdimensionada” a repercussão do vídeo em que a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) aparece comentando as denúncias que existem contra ela na Justiça do Trabalho. Marun afirmou que não assistiu ao vídeo, mas ressaltou que “ela não está roubando” e voltou a criticar a suspensão da posse de Cristiane Brasil
— Sinceramente, eu vejo tanta gente pregando tanta coisa no sentido de liberdade, agora vão criticar a ministra por dar uma declaração em uma praia no verão no litoral fluminense? Isso aí está sendo superdimensionado. É um vídeo privado, que vazou na internet. Ela não está roubando. Que eu saiba, ela estava bem trajada no vídeo. Eu acho que continua o ponto principal, que este sim deveria estar sendo superdimensionado, que é esse vilipêndio de uma prerrogativa privativa do presidente da República — afirmou Marun, em referência às seguidas decisões judiciais, inclusive do Supremo Tribunal Federal (STF), vetando a posse da deputada como ministra do Trabalho.
O vídeo é estarrecedor. A futura ministra do trabalho num passeio de iate numa paisagem paradisíaca falando mal da justiça do trabalho, como se fosse algo banal ela ter sido condenada por ter violado a CLT. A cena é dantesca e destaco especialmente um de seus quatro amigos de torso nu, como convém numa lancha, dizendo que também violou a lei trabalhista. Só há uma palavra em inglês para definir a sensação de nojo que a cena produz: disgusting. O mesmo vale para o ministro Marun. Que peça!
Carolina Por que o presidente Michel Temer insiste tanto em dizer que preferia enfrentar Lula na eleição, porque o petista tensiona o País e que seu adversário ainda não morreu?
O presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira, 29, que a não participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições “tensiona” o quadro político no Brasil. Em entrevista ao vivo ao programa Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, em São Paulo, Temer afirmou que seria importante que Lula fosse “derrotado nas urnas”.
“A figura do Lula é de muito carisma, não dá para dizer que ele está morto politicamente”, afirmou. Temer evitou fazer considerações jurídicas sobre a condenação de Lula e também não quis falar sobre quem será o candidato oficial do governo à Presidência da República. “Vocês me convidam no final de maio que eu digo (quem é o candidato do governo)”, respondeu.
Temer tem insistido nessa lorota há algum tempo. Na quarta-feira da semana passada, cheguei a escrever um artigo na página 2 do Estadão lembrando que não há um dispositivo constitucional reservando aos políticos no poder ou na oposição o direito de escolher seus adversários numa eleição. Isso é uma patacoada sem limite. Na semana passada, Temer tinha lamentado a vitimização de Lula, agora a conversa é de que ele tensiona o País. Não existe nada disso. O que existe é que Lula e o PT vendem a mentira de que porão fogo no Brasil, matarão e quebrarão o pau se seu candidato único de sempre for impedido de concorrer. Isso repete a ameaça usada para impedir o impeachment de Dilma, a condução coercitiva, a condenação na primeira instância e a confirmação da condenação na segunda. E nada aconteceu que pudesse preocupar. O que Temer quer é evitar uma eventual delação premiada de Lula que o atinja depois que ele deixa a presidência em 2019 ou mesmo blindar o principal adversário para se aproveitar das benesses da Lei Luleco com outra lei casuística, a Lei Temerária livrando a cara dele numa eventual acusação do futuro. Esta semana está circulando meu artigo semanal no blog do Estadão denunciando esta tentativa do STF de recuarmos ao Estado Novo ou mesmo aos tempos da ditadura militar da Justiça dos atos institucionais. No primeiro caso, a jurisprudência de Chico Ciência. No segundo, o arbítrio adoçado pelo jurisdiquês dos ministros da Justiça Gaminha e Buzaid, dando foros de lei à brutalidade da tortura e da falta de liberdade. Vade retro!
Haisem O juiz federal Sérgio Moro mandou alienar o triplex no condomínios Solaris, no Guarujá, pivô da condenação do ex-presidente Lula na Lava Jato, para leilão. O que isso traz de novo para o caso?
O imóvel e suas reformas, supostamente custeadas pela OAS, são vistas pelo magistrado e pelos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região como propinas de R$ 2,2 milhões da empreiteira ao ex-presidente. O magistrado ainda mandou oficiar a 2ª Vara de Execução de Títulos Extrajudiciais da Justiça Distrital de Brasília, para que se ‘levante’ processo em que o imóvel foi penhorado.
Vista pelos desembargadores do Tribunal da Lava Jato como ‘laranja’ do ex-presidente Lula no recebimento do triplex do condomínio Solaris, no Guarujá, a OAS ainda reponde por uma dívida de R$ 80 mil referente ao IPTU do imóvel. O valor corresponde ao tributo pendente desde 2014.
A decisão de Moro reafirma mais uma vez a investigação da polícia e do ministério público e a decisão da Justiça deixando claro que o imóvel foi usado como pagamento de propina para Lula, que, além do mais, praticou crime de ocultação de patrimônio, ou seja, lavagem de dinheiro. A teoria fictícia da perseguição política para evitar a candidatura dele à Presidência é história da carochinha pra boi dormir. Acredite quem quiser. Afinal, deixar-se enganar não paga imposto.
Carolina Um ataque promovido por detentos da Cadeia Pública de Itapajé, pequena cidade a duas horas e meia de Fortaleza, no Ceará, terminou com dez mortos a tiros e facadas na manhã de ontem. O que isso pode ter a ver com o maior massacre da história do Ceará, ocorrido no sábado?
Segundo familiares dos presos e agentes penitenciários, os mortos seriam da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) e teriam sido assassinados ainda em decorrência da chacina que matou 14 pessoas em Fortaleza na madrugada da sábado.
A polícia do Ceará prendeu nesta segunda-feira, 29, sete homens supostamente ligados à chacina que deixou 14 mortos na madrugada do sábado, 27. Cinco tiveram a prisão mantida por porte ilegal de armas, e dois foram liberados após prestarem depoimento. Com eles, foram encontradas munições, três pistolas e um revólver, que passarão por perícia e serão confrontados com evidências da cena do crime.
Em entrevista à imprensa na noite desta segunda, a Secretaria da Segurança do Ceará informou que o velório era um de homem morto em confronto com a polícia durante a madrugada no bairro Boa Vista. Havia a suspeita de que os homens presos, cujas identidades não foram reveladas, teriam ido ao local efetuar novas execuções relativas a sobreviventes do massacre em Cajazeiras, durante um forró. Não foram fornecidas outras informações que ligassem os suspeitos presos ao crime do sábado passado.
Além das armas, três veículos foram apreendidos e também passarão por perícia. Na madrugada do sábado passado, homens armados invadiram o Forró do Gago, na periferia de Fortaleza, e abriram fogo contra dezenas de pessoas, matando 14 e ferindo outras 18. Segundo relatos de testemunhas, homens fortemente armados desceram em frente à casa de forró e, calmamente, passaram a atirar nas pessoas que estavam na porta da casa de show. Depois, os criminosos entraram no espaço e continuaram disparando. A polícia continua investigando o caso.
Haisem Agora, já são 60 as mortes causadas pela febre amarela no Estado desde janeiro de 2017, segundo boletim divulgado pela secretaria estadual da Saúde. Até quando as autoridades sanitárias federais e estaduais continuarão tratando a febre amarela como algo corriqueiro e vacinando em massa em vez de tentar apenas tranqüilizar a população?
Desse total, 50 óbitos decorrem de casos autóctones, em que os pacientes se contaminaram no próprio Estado. Há ainda dois óbitos acontecidos em outros Estados em que as vítimas teriam se contaminado em Mairiporã, na Grande São Paulo. Outras oito mortes suspeitas estão em investigação.
Uma criança de três anos e quatro meses morreu em Osasco, Grande São Paulo, sete dias após tomar a vacina contra a febre amarela. A informação foi confirmada pela família do garoto e pelo Hospital e Maternidade Renascença Osasco. A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo confirmou também ontem a primeira morte por febre amarela na região de Sorocaba, no interior. A vítima é de Piedade, município da região, e teria adquirido o vírus na zona rural, segundo a Vigilância Epidemiológica municipal. Do total de 60 óbitos de que você nos falou aqui, Haisem, 50 decorrem de casos autóctones, em que os pacientes se contaminaram no próprio Estado. Há ainda dois óbitos acontecidos em outros Estados em que as vítimas teriam se contaminado em Mairiporã, na Grande São Paulo. Outras oito mortes suspeitas estão em investigação.
O mais dramático e comovente foi que uma criança de três anos e quatro meses morreu em Osasco, Grande São Paulo, sete dias após tomar a vacina contra a febre amarela. A informação foi confirmada pela família do garoto e pelo Hospital e Maternidade Renascença Osasco.
Definitivamente o Brasil entrou numa máquina do tempo em matéria de saúde pública e de gestão do Estado. Que Deus se apiade de nós.
SONORA Bruno Mars That’s what I like