A conversa no Hotel Hyatt, em São Paulo, do presidente Michel Temer com o presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tratou de “caminhos para o futuro”, segundo o secretário-geral da Presidência, Wellington Moreira Franco, que esteve presente. A Nação esperava que tivessem tratado do presente e contava com algum anúncio concreto, pois essa delonga não faz bem a ninguém. Só que falta a Temer um mínimo de desapego ao cargo e aos métodos da velha política brasileira para tomar uma decisão que ajude a tirar o País do atoleiro dessa crise que parece não ter fim e piorou muito depois da delação premiada dos irmãos Batista, os Esleys Safadões.
(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado – FM 107,3 – na terça-feira 30 de maio de 2017, às 7h30m)
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Eldorado 30 de maio de 2017 Terça-feira
SONORA 3005 MENDES TABAJARA
O que o ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quis dizer com a declaração polêmica de ontem de que a Corte que preside ‘não é instrumento para solução de crise política’.
“Resolvam as suas crises”, declarou Gilmar, em Brasília, em referência às incertezas e ao impasse político que se agrava perto do julgamento histórico da Ação Judicial de Investigação Eleitoral pela cassação da chapa Dilma/Temer. O início do julgamento está previsto para o dia 6 de junho. A ação foi proposta pelo PSDB contra a chapa vitoriosa em 2014.
Mas, naturalmente, algum ministro poderá pedir vista dos autos e o julgamento acabaria adiado.“Com certeza vai ser um julgamento tranquilo”, avalia Gilmar. “É um julgamento complexo, é um processo complexo. Só o relatório do ministro Herman Benjamin tem mais de mil páginas. Portanto, isso exige de todos nós (ministros do TSE) um grande esforço.” Na avaliação do presidente do TSE, ‘há muita especulação na mídia sobre pedido de vista ou não pedido de vista’. “Se houver pedido de vista é algo absolutamente normal. Ninguém fará combinação com este ou aquele intuito.” O ministro foi categórico. “Também não cabe ao TSE resolver crise política, isso é bom que se diga. O tribunal não é instrumento para solução de crise política.” Gilmar disse que o julgamento ‘será jurídico e judicial’. “Então não venham para o tribunal dizer ‘Ah vocês devem resolver uma crise que nós criamos. Resolvam as suas crises.”
Ou seja, Gilmar Mendes teve seu dia de Conselheiro Acácio.
+ O presidente do TSE e ministro do Supremo, Gilmar Mendes, durante palestra, ironizou a crise política brasileira:
SONORA 3005 MENDES TABAJARA
Há quem diga que estava tudo combinado entre Gilmar e Temer. Será? Dessa gente, principalmente desses dois, pode-se eserar tudo
Pouco antes de participar de jantar com empresários, em São Paulo, o presidente Michel Temer se reuniu por cerca de duas horas com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ontem, à noite no Hotel Hyatt. O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, também participaram do encontro. O que saiu de concreto para tranqüilizar a Nação dessa reunião?
“Foi uma conversa boa e proveitosa. Conversa boa e capaz de nos garantir, a eles e a nós, de que as reformas passarão”, disse Moreira Franco. Segundo ele, a conversa tratou de “caminhos para o futuro”.
A Nação inteira contava com uma decisão concreta, pois essa delonga, essa demora não faz bem a ninguém. Mas falta a Temer um mínimo de desapego ao cargo e aos métodos da velha política brasileira para tomar uma decisão que ajude a tirar o País do atoleiro dessa crise que parece não ter fim e piorou muito depois da delação premiada dos irmãos Batista, os Esleys Safadões. O PSDB, mesmo enrolado com o desmanche do líder que parecia representar a esperança dos brasileiros contra o assalto promovido nos cofres da República nos governos Lula e Dilma que antecederam o do ex-vice Temer, também não demonstra espírito público à altura dessa esperança e isso não se limita a Aécio. Fernando Henrique voltou à cena, à falta de interlocutores livres da Lava Jato no partido que surpreendeu a todos participando do assalto dos adversários como se fizesse parte do governo. Fica em cima do muro e sem querer largar o osso. Resta à sociedade encontrar alguma solução fora dessa aliança que parece indissolúvel e que não se dispõe a resolver pra valer a situação difícil de 14 milhões e 200 mil desempregados e Deus sabe quanto subempregados ou com sua remuneração rebaixada e insuficiente para propiciar um mínimo de conforto. O PSDB deixa claro que vai esperar a decisão sobre a ação contra a chapa Dilma-Temer, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para definir se continua com o governo. O PSDB está sendo considerado o “fiel da balança” para o Planalto. Isso não quer dizer, contudo, que o partido já sabe o que fazer quando a resolução for tomada. Apenas está ganhando tempo e empurrando a solução com a barriga. Que lástima para o País. Que pena para todos nós. Se Temer só quer saber de ficar a qualquer custo, o esforço dos tucanos é total para não só manter o partido na base aliada, mas também para garantir apoio para a aprovação das medidas provisórias que estão vencendo no Congresso, esta semana, e para as reformas trabalhista e da Previdência. Que bom que há uma disposição pelo menos para garantir as reformas sem as quais não há esperança nenhuma para o futuro. Mas quem garante que esse não seja apenas um paliativo, uma forma de enganar o trouxa enquanto novos escândalos não apareçam e joguem tudo pelos ares. Nunca tanto como agora o futuro a Deus pertence.
O presidente Michel Temer definiu uma estratégia jurídica para tentar ter um desfecho favorável no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e traçou diferentes cenários nos quais pode permanecer no cargo por pelo menos 120 dias. O primeiro passo foi tentar devolver ao Ministério da Justiça o status perdido, com a escolha do jurista Torquato Jardim para comandar a Pasta. A troca entre Osmar Serraglio e Jardim bastará para resolver esse impasse.
O Planalto avalia que o respaldo do jurista e especialista em direito eleitoral Torquato Jardim resulte num ambiente mais favorável no TSE, onde Temer já tem aliados. Nessa avaliação, o novo ministro da Justiça é muito respeitado no setor jurídico e foi advogado de vários partidos em questões eleitorais. Em caso de cassação da chapa vencedora da eleição de 2014 e do mandato do presidente, Temer ganharia tempo com vários recursos e contaria com uma demora na decisão de chamar eleições indiretas e negociar um nome de consenso para tocar as reformas.
Temer se reuniu com ministros e caciques do PMDB para tratar de vários cenários durante o final de semana. Aliados dizem que estão surpresos com a “firmeza” de Temer, que adotou um linguajar até mais enfático. O próprio Temer é jurista e conhece todos os ministros do TSE e do STF. Isso aumenta as esperanças do Planalto, mas até agora não entendi por quê.
O Planalto aposta que o julgamento da chapa Dilma-Temer, marcado para o próximo dia 6, não vai terminar até o dia 8, conforme a previsão inicial. Há ainda a expectativa de que ministros peçam vista, apesar da pressão política por um desfecho rápido. Um dos ministros avaliou que o caso é “muito difícil e complexo” e que não se pode prever o que vai acontecer.
Além disso, Temer gostaria de ganhar tempo para definir a sucessão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
O roque do fim de semana foi um desastre. Torquato Jardim surpreendeu a todos com uma entrevista desastrada a Isadora Peron, do Estadão em Brasília. Nela disparou desculpas amarelas do tipo Temer tem uma cultura parlamentar, a velha desculpa de que a culpa de entortar a boca é do cachimbo e não do fumante. Por outro lado, Serraglio, magoado com a demissão do ministério da Justiça, sumiu, não atendendo telefone nem do próprio presidente. A conclusão é de que a crise é grande demais e seus protagonistas muito pequenos. A Preta de Lama tem muito mais anões trapalhões do que os simpáticos anões que cercam a Branca de Neve do conto infantil. E todos se consideram verdadeiros titãs. Alguns decepcionam, caso de Serraglio, que surgiu com uma esperança na época da CPI dos Correios cujas investigações levaram ao julgamento do mensalão no Supremo e terminou na tropa de choque do Eduardo Cunha. Agora suspeita-se que é citado em delações da Operação Carne Fraca, mostrando ter o espírito mais fraco do que a carne. Tudo me parece, aliás, uma grande farsa em que o que interessa mesmo é manter o carregador de mala da assessoria de Temer com assento na Câmara e, portanto, com foro privilegiado, temendo que ele possa contar qual seria o destino final do dinheiro que apanhou de Ricardo Saud, da JBS, na pizzaria Camelo.
Aliás, a defesa do deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) procurou investigadores da Operação Lava-Jato. Em encontro na semana passada, um emissário de Loures quis saber quais seriam as chances de uma delação premiada do deputado ser aceita. Você acha que seria o caso de a turma do Planalto reforçar o estoque de Rivotril na farmácia do palácio?
Diz a notícia que essa abordagem surpreendeu os investigadores. Esse não era o objeto declarado da reunião. Depois de confabular com outros colegas, os investigadores responderam que, àquela altura dos acontecimentos, um eventual acordo de colaboração dependeria da disposição do parlamentar denunciar os demais cúmplices. Se os investigadores, habituados a tratarem com informações que chegam à Operação Lava Jato, se surpreenderam, imagine você o redemoinho de temores que toma conta da cúpula do Poder Executivo com a perspectiva de a verdadeira história aparecer. O certo é que, como dizia minha avó, a mentira tem pernas curtas e a verdade vem a cavalo. Quem tem medo da verdade sempre termina encontrando motivo para se assustar.
As duas partes ficaram de voltar a conversar sobre o assunto. Uma eventual delação de deputado é bem vista na força-tarefa da Lava-Jato. Mas as eventuais confissões do deputado não são consideradas imprescindíveis para os desdobramentos do inquérito em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF). Para eles, as delações dos executivos da JBS, que atingem o presidente Michel Temer, as ações controladas que já resultaram na recuperação de parte da propina paga recentemente e a análise do material apreendido até o momento já contêm indícios veementes de crimes.
Investigadores da Lava-Jato informaram a um emissário de Rocha Loures que, se ele realmente está interessado num acordo de delação premiada, terá que entregar todos os cúmplices da organização criminosa acusada de receber suborno dos donos da JBS e tentar obstruir as investigações sobre as supostas fraudes. Para investigadores, não bastaria uma admissão de culpa e a revelação de crimes já investigados pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal. Com base nos dados já obtidos até momento, o STF já abriu inquérito contra Temer, o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), contra o próprio Loures, entre outros envolvidos.
Um desses personagens da delação da JBS, o ex-ministro da Fazenda nos governos Lula e Dilma, Guido Mantega, já andou batendo com a língua nos dentes ontem, não foi?
É. Ele confessou ontem, e, petição de sua defesa ao juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, ter conta aberta no banco suíço Picktet, não declarada ao fisco, por meio da qual recebeu US$ 600 mil. O ex-chefe da pasta atribuiu os valores à venda de um imóvel herdado de seu pai. Reza o documento: “Guido MANTEGA, nos autos da busca e apreensão em epígrafe, vem, por seu advogado (doc. 01), respeitosamente, à presença de Vossa Excelência – tendo em vista ter sofrido medida de busca, mas não ter sido convidado a prestar depoimento, e a fim de demonstrar sua total transparência frente às investigações em curso neste e. juízo – afirmar que abre mão de todo e qualquer sigilo bancário, financeiro e fiscal, inclusive de conta estrangeira aberta antes de assumir o cargo de Ministro da Fazenda, na qual recebeu um único depósito no valor de US$ 600 mil (seiscentos mil dólares) como parte de pagamento pela venda de imóvel herdado de seu pai”, afirmou, por meio de petição, o advogado de defesa de Mantega, Fábio Tofic.
A roda de moer reputações não para de girar. Temer poderia n os poupar de mais surpresas e apreensões se ouvisse o recado do velho Babulina
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