Comentário no Jornal Eldorado: Depravação total

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A Polícia Federal suspeita que o ex-governador de Alagoas Teotônio Vilela Filho (PSDB) teria recebido propina superior a R$ 2 milhões da Odebrecht por meio de fraude no processo de concorrência para as obras do Canal do Sertão, entre 2009 e 2014 num contrato de R$ 33,93 milhões. Se ele é bobão e pegou dois milhões de propina numa obra para levar água para o sertão de seu Estado, imagine o quanto não terão levado os espertalhões. Téo Bobão é o símbolo da bandalheira que tomou conta da administração pública no Brasil na democracia que resultou da Nova Republica de Tancredo Neves e, sob a égide do PT e do PMDB, avassalou o país. É o símbolo da depravação total que englobou o partido que pretendeu fazer oposição ao petismo corrupto.

(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado – FM 107,3 – na sexta-feira 1 de dezembro de 2017, às 7h30m)

Para ouvir meu comentário, clique no play abaixo:

Ou clique no link abaixo:

https://soundcloud.com/jose-neumanne-pinto/neumanne-0112-direto-ao-assunto

Para ouvir Coração de Estudante, com Roberto Carlos e Milton Nascimento, clique no link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=rxQIFmBYgXo

Para ouvir no Blog do Nêumanne, Politica, Estadão, clique no link abaixo:

http://politica.estadao.com.br/blogs/neumanne/depravacao-total/

Teotônio Vilela Filho, Téo Bobão da Odebrecht, fazendo campanha em carreata em Branquinha/AL.Foto: Ed Ferreira/AE
Teotônio Vilela Filho, Téo Bobão da Odebrecht, fazendo campanha em carreata em Branquinha/AL.Foto: Ed Ferreira/AE

Abaixo, a íntegra da degravação do comentário:

Eldorado 1 de dezembro de 2017 – Sexta-feira

A Polícia Federal suspeita que o ex-governador de Alagoas Teotônio Vilela Filho (PSDB) teria recebido propina superior a R$ 2 milhões da Odebrecht por meio de fraude no processo de concorrência para as obras do Canal do Sertão, entre 2009 e 2014 – contrato de R$ 33,93 milhões. Por que você resolveu abrir com esta notícia seu comentário de hoje no Jornal Eldorado?

Na planilha de pagamento de propinas do famoso Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, Téo Vilela era identificado pela alcunha de ‘Bobão’. Os repasses ao ex-governador, que também foi presidente nacional do PSDB, teriam sido realizados em pelo menos três parcelas, uma primeira de R$ 1 milhão, outra de R$ 900 mil e a terceira de R$ 150 mil. Téo ‘Bobão’ é o principal alvo da Operação Caribdis, deflagrada nesta quinta-feira, 30, pela PF em parceria com a Procuradoria da República. Agentes federais fizeram buscas na casa do ex-governador e apreenderam computadores, smartphones e documentos.

A investigação, segundo a PF, tem como objetivo complementar provas colhidas em inquérito policial instaurado para apurar a suposta prática dos crimes de fraude a licitação, desvio de verbas públicas (peculato), corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, todos relacionados à obra do Canal do Sertão Alagoano, mais especificamente os lotes nºs 3 e 4, ambos licitados pelo Governo de Alagoas – Secretaria de Infraestrutura na gestão Téo Vilela.

Um delator da Odebredcht, Alexandre Biselli, citou Téo ‘Bobão’. Ele disse que se reuniu com o então secretário de Infraestrutura do governo alagoano, Marco Antonio Fireman, o ‘Fantasma’ – também alvo da Operação Caribdis -, em 2014, para ajustar os detalhes dos repasses. Biselli disse que Téo ficou ‘uns vinte minutos fora’ da reunião e, nessa hora, ‘Fantasma’ o teria abordado sobre dinheiro para a campanha daquele ano.

Ainda segundo Biselli, ‘Fantasma’ ameaçou tirar o contrato da Odebrecht.

Considero esta notícia muito relevante por seu simbolismo na atual conjuntura brasileira. Primeiramente, Teo Bobão é filho de Teotônio Vilela, um usineiro alagoano que ganhou grande destaque nos estertores da ditadura militar dos anos 60 e 70. O conheci na cobertura das greves dos metalúrgicos liderados por Lula no ABC quando ele, senador do PMDB, era companhia constante de Ulysses Guimarães no apoio aos grevistas e militantes para impedir que estes fossem vitimados de forma violenta pelos agentes da repressão. Sua atividade o tornou tão conhecido que Milton Nascimento e Fernando Brandt compuseram uma obra prima da música brasileira que se tornou uma espécie do hino da campanha pelas diretas para presidente. Hoje o seu é o nome do instituto de idéias do PSDB, partido do qual o filho que leva seu nome e foi governador de Alagoas já foi presidente nacional. O apelido de Bobão é outro sintoma destes nossos tempos. Lembra-me a história do Cônego Anacleto e da gata. Se ele é bobão e pegou dois milhões de propina numa obra de 33 milhões de um canal para levar água para o sertão de seu Estado, imagine o quanto não terão levado os espertalhões. Téo Bobão é o símbolo da bandalheira que tomou conta da administração pública no Brasil na democracia que resultou da chamada Nova Republica de Tancredo Neves e, sob o patrocínio do PT e do PMDB, avassalou o país. É o símbolo da depravação total que englobou o partido que pretendeu fazer oposição ao petismo corrupto.

Com a imagem desgastada após as denúncias da Operação Lava Jato, o senador Aécio Neves (MG) terá participação reduzida na próxima convenção nacional do PSDB, marcada para 9 de dezembro. E será impossível esconder o neto de Tancredo na convenção?

O mineiro, afastado da presidência do partido desde maio, nem sequer deve discursar no evento que alçará o governado de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao comando nacional da legenda. A intenção é evitar que a imagem desgastada do senador possa, de alguma forma, ser associada a de Alckmin, pré-candidato à Presidência da República. A transmissão do cargo, por exemplo, deve ficar a cargo de Alberto Goldman, presidente interino da legenda. Aliados de Alckmin querem evitar até mesmo que o senador mineiro seja fotografado ao lado do governador paulista.

O esforço para escondê-lo na convenção equivale ao de tornar invisível um macaco fazendo o maior estrago numa loja de louças.

SONORA RABUGENTO

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, disse nesta quinta-feira, 30, que a convenção do PSDB, no próximo dia 9, deve se concentrar apenas na eleição do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, para comandar o partido, e não no rompimento com o governo de Michel Temer. “Colocar esse tema agora na pauta é amesquinhar o PSDB”, argumentou o chanceler. Será que é mesmo?

Um dia depois de o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, ter dito que “o PSDB não está mais na base de sustentação do governo”, Aloysio afirmou, em tom de ironia, que o colega provavelmente conheceu uma ata “nunca vista” de reunião dos tucanos. “Até onde eu sei, a decisão da Executiva Nacional do partido de apoiar o governo Temer nunca foi revogada”, insistiu ele, que é vice-presidente do PSDB. “Se o Padilha tiver ata de alguma reunião da qual eu não tenha participado, gostaria de saber. Talvez eu tenha cochilado”, provocou.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, não quis rebater as declarações do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, de que teria sido mal interpretado ao considerar o PSDB fora do governo do presidente Michel Temer. Relações Exteriores, Aloysio Nunes, de que teria sido mal interpretado ao considerar o PSDB fora do governo do presidente Michel Temer. “Eu penso que o ministro Aloysio Nunes é uma das pessoas que mais respeito merece dentro do PSDB, nós devemos acolher as palavras dele como manifestação pessoal de alta respeitabilidade”, disse na saída de cerimônia que marcou o fim da impressão do Diário Oficial da União (DOU). “Eu penso que o ministro Aloysio Nunes pode vir a ser um ministro na cota pessoal do presidente”, completou.

O verbo usado pelo chanceler – amesquinhar – é equivocado. PSDB está amesquinhado exatamente por participar do governo Temer e, mais ainda, por ter rasgado a bandeira empunhada em seus governos de Fernando Henrique da reforma da previdência, exigindo que se façam mudanças que provocarão perdas de 109 bilhões nas contas públicas. Alguém deveria avisar a Sua Excelência que seu candidato Aécio Neves perdeu a eleição presidencial de 2014 para a chapa Dilma e Temer.Temer do PMDB foi eleito naquela eleição para ser o substituto eventual de Dilma do PT e a participação do partido foi capital para que os petistas ficassem no Palácio do Planalto e continuassem sua obra de dilapidão do patrimônio público que resultou nesta crise moral, política, econômica e financeira que desgraçou a vida de mais de 12 milhões de trabalhadores desempregados, que ainda não recuperaram suas ocupações remuneradas apesar de todas as mudanças feitas pelo vice que assumiu que nomeou uma competente equipe econômica, completamente diferente do núcleo político contaminado pelas suspeitas de corrupção. Aloysio Nunes é multimilionário, foi chefe da segurança pessoal de Carlos Marighela, na Aliança Libertadora Nacional, que foi abatido pelo delegado Fleury na Alameda Casablanca nos Jardins em São Paulo e hoje é encarregado de um setor de altíssima relevância no governo federal, a condução da diplomacia. No entanto, em vez de se preocupar em manter o Brasil no lugar de importância que deveria ter no panorama 0planetário, perde-se em picuinhas partidárias e pretende falar em nome de um partido esfacelado, depois de ter sido derrotado em seu próprio território na escolha do candidato para disputar e vencer a eleição para a prefeitura de São Paulo. Aloysio deveria ficar em seu canto, recuperando a importância da diplomacia brasileira jogada no lixo populista das gestões petistas em vez de ficar disparando farpas contra um companheiro de governo, pois ele definitivametne não fala em nome do PSDB. O mesmo se pode dizer de Eliseu Padilha, um dos acusados pelo ex-procurador geral da República Rodrigo Janot de pertencer ao que este chamava de “quadrilhão do PMDB”, uma vergonha nacional com três presos – Henriquinho, Geddel e Cunha, um em prisão domiciliar – Loures – e três no palácio e no poder – Temer, Moreira Franco e ele. Aliás, quem deu autorização para Padilha assumir a chefia do governo no lugar do Temer para definir quem é ou não é da conta do presidente no ministério?

O ex-auditor da Receita Federal Paulo Roberto Cortez afirmou em delação premiada que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega nomeava pessoas ligadas a ele para cargos estratégicos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) para beneficiar empresas. A informação foi antecipada nesta quinta-feira, 30, pela GloboNews. Quer dizer que a cota do PT no escândalo ainda não diminuiu, foi?

A delação de Cortez, que também atuou como conselheiro do Carf, embasou a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra o ex-ministro, no dia 8, por corrupção passiva, advocacia administrativa tributária e lavagem de dinheiro. Outras 13 pessoas também foram denunciadas. Subordinado à Fazenda, o Carf é a instância para a qual as empresas recorrem contra multas aplicadas pela Receita Federal. Segundo o delator, conselheiros do órgão receberam propinas para dar votos favoráveis ao perdão das multas de empresas, o que resultava em prejuízos milionários ao erário. À GloboNews, o advogado de Mantega, José Roberto Batochio, afirmou que a nomeação dos integrantes do Carf não é um ato “meramente discricionário” do ministro da Fazenda.

É o que você disse: ainda aparecem fatos novos para mostrar que o PT usou a Esplanada dos Ministérios como valhacouto do furto sistemático dos cofres da viúva nas gestões de Lula e Dilma. E isso tem que continuar sendo investigado pela polícia, denuncia pelo MPF e julgado pela Justiça.

Todos os anúncios da campanha do governo federal a favor da reforma da Previdência, intitulada “Combate aos Privilégios”, deverão ser suspensos, conforme determinação da juíza federal Rosimayre Gonçalves de Carvalho, da 14ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal. Esta era a coisa certa a ser feita?

Ao atender a um pedido de medida liminar apresentado pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), a juíza criticou o governo federal por não apresentar dados objetivos e alertou para os riscos de a opinião pública ser “manipulada” frente a um tema “tão relevante”. A Advocacia-Geral da União (AGU) informou que vai recorrer assim que for intimada. Às 21h28 desta quinta-feira, o anúncio ainda era veiculado em canais de TV fechada.

A campanha é um acinte, pois gasta dinheiro público à toa e concordo com as fontes do Globo que disseram que para ter autoridade de aprovar a reforma Temer precisa primeiro reduzir os gastos públicos. O problema da decisão é que a juíza fez a coisa certa pelos motivos errados, aceitando a denúncia dos partidos de esquerda que querem continuar garantindo os privilégios dos marajás e afundando as contas públicas no pântano.

SONORA Coração de estudante, com Milton e Roberto Carlos

https://www.youtube.com/watch?v=flUGXnNz3cA

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José Nêumanne Pinto

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