O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse que o País caminha para a “ingovernabilidade” e acenou ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para uma eventual sucessão do presidente Michel Temer, que segundo outro senador tucano, Cássio Cunha Lima, deverá sair da Presidência em 15 dias. A escolha do relator da denúncia contra Temer por corrupção passiva na Câmara, deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima e a proximidade do acerto de delações premiadas do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e do contador Lúcio Funaro estão causando esse toque de desembarque dos tucanos. A batata de Temer está assando.
(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado – FM 107,3 – na sexta-feira 7 de julho de 2017, às 7h30m_
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Abaixo, íntegra da degravação do comentário:
Eldorado 7 de julho de 2017 Sexta-feira
Emanuel: Segundo a manchete do Estadão de hoje, Tasso diz que País caminha para a ingovernabilidade. A coisa está grave assim mesmo?
O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE) fez um aceno nesta quinta-feira, 6, ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para uma eventual sucessão do presidente Michel Temer. Caso a denúncia contra o peemedebista seja aceita pelos deputados e ele seja afastado do cargo, Maia assumiria provisoriamente o cargo por até 180 dias até o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar o caso.
A escolha do relator da denúncia contra Temer por corrupção passiva na Câmara, deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), a prisão do ex-ministro Geddel Vieira Lima e a proximidade do acerto de uma delação premiada do o ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e do contador do grupo do PMDB na Câmara, Lúcio Bolonha Funaro acenderam o alerta entre Tasso e seus aliados para acelerar o desembarque. O presidente interino do PSDB acha que a crise deve se intensificar ainda mais.
“Se Eduardo Cunha fizer delação, aí não tem nem o que discutir mais. Se vier essa delação não sei nem quem vai ser citado, quem não vai ser, mas vai ser um semestre terrível para nós”, avaliou Tasso, segundo Julia Lindner, da Sucursal do Estadão em Brasília. Ele reclama que “não dá para viver cada semana uma nova crise” e que “está na hora de buscar alguma estabilidade” para o Brasil.
Parte inferior do formulário
Embora diga que ainda é “precipitado” falar em nomes para uma “transição”, Tasso afirma que o candidato “tem que ser alguém que dê governabilidade” para o País até a eleição de 2018. “Isso não é algo difícil de se encontrar”, minimizou.
“Na travessia, se vier, têm várias opções. Se vier um afastamento pela Câmara, ele (Maia)é presidente por seis meses. Se Temer renunciasse já seria diferente, mas, se passar a licença para a denúncia, aí ele (Maia) é presidente por seis meses e tem condições de fazer, até pelo cargo que possui na Câmara, de juntar os partidos ao redor com um mínimo de estabilidade para o País”, declarou o tucano. Ele diz que está sempre aberto para tratar de uma “saída negociada” com Temer.
Sobre um cenário hipotético de transição, caso Temer deixe o cargo, Tasso avalia que a equipe econômica do atual governo deveria ser mantida para manter a estabilidade. “O governo tem que ser o mais próximo possível do intocável em termos de postura ética”, completou.
Tasso admite que está conversando com todas as legendas sobre o assunto. “Eu acho que o ideal é envolver todos os partidos, inclusive os de esquerda”, defendeu.
Para ele, o governo “caminha para a ingovernabilidade”, assim como considera que ocorreu com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) antes do processo do impeachment. Tasso considera ainda que o maior problema de Temer na base aliada é com o próprio PMDB, que está dividido.
Conexão Marcelo e Andreza – Puseram o guiso no pescoço de Aécio.
Emanuel: A delação premiada do empresário Joesley Batista, pivô da crise que abala o governo Michel Temer, pode ser questionada pela Procuradoria-Geral da República porque o acionista da JBS teria omitido negócio bilionário do grupo realizado sob as bênçãos do ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e Dilma). Quer dizer que a superpremiação de Joesley corre risco, é?
Segundo revelou o site O Antagonista, Joesley firmou contrato com Palocci, com cláusula de êxito, depois que a JBS adquiriu a empresa americana Pilgrim’s, Pride Corporation com aporte bilionário do BNDES. A informação foi confirmada pelo Estado. A JBS repassou 2 milhões e 100 mil reais à empresa Projeto Consultoria Empresarial e Financeira, de Palocci, entre dezembro de 2008 e junho de 2010.
O empresário que gravou a conversa com Temer no Palácio do Jaburu na noite de 7 de março afirmou à Procuradoria-Geral da República – já no curso da colaboração – que Palocci não facilitou nenhuma transação da JBS no BNDES. Na época em que firmou contrato com a empresa de Palocci, a JBS comprou a Pilgrim’s por US$ 2,8 bilhões, dos quais US$ 2 bilhões saíram dos cofres do BNDES. Palocci exercia mandato de deputado federal pelo PT e detinha forte influência no governo – havia sido ministro da Fazenda de Lula e, depois, ministro-chefe da Casa Civil de Dilma.
Janot, o Já vou, e Fachin, o Faz que, se precipitaram Joesley não explicou a fortuna que adquiriu de Anápolis para o mundo. Época
Emanuel: Na audiência de custódia perante o juiz Vallisney de Souza Oliveira, que o mandou prender, o ex-ministro poderoso de Lula e Temer e ex-vice da Caixa Econômica Federal no governo Dilma Geddel Vieira Lima deu um verdadeiro show. Como foi isso?
Audiências de custódia são rápidas, frias, quase burocráticas. O Brasil inteiro viu Geddel chorar, implorar e dar um espetáculo digno de novela cubana e mexicana dos anos 50 O Direito de Nascer. Lava Jato já deu filme de gangster, comédia pastelão, cenas de guerra e pugilato. Agora dramalhão.
Geddel (PMDB-BA), disse que assegurar “com toda a força da alma” que, caso solto pela Justiça, se compromete a não fazer nada que o leve de novo à prisão e venha a causar ‘constrangimento pessoal e moral’ pelo qual alega ter passado desde que foi encarcerado.
SONORA 0707 A GEDDEL
A prisão do peemedebista foi decretada pelo juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, da 10.ª Vara de Brasília, no âmbito da Operação ‘Cui Bono?’. Segundo o Ministério Público Federal, ele é suspeito de embaraçar investigações e de tentar evitar que o doleiro Lúcio Funaro e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, condenado a 15 anos e quatro meses de prisão na Lava Jato, façam delação premiada.
Funaro é citado nas delações da J&F como recebedor de um mensalinho de 400 mil reais para ficar em silêncio na cadeia. Sua irmã, Roberta, foi flagrada pegando uma mala com este exato valor do diretor de Relações Institucionais da hold, Ricardo Saud e acabou presa, no âmbito da Operação Patmos, no último dia 18 de maio – depois foi colocada em liberdade.
A detenção de sua irmã pesou na decisão do doleiro de abrir o jogo e assumir crimes em depoimento à Polícia Federal. Ele negocia delação premiada e, em sua última fala à PF, citou, além de Geddel, o presidente Michel Temer.
Emanuel: O presidente Michel Temer aproveitou o anúncio das novas regras para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) nesta quinta-feira, 6, para fazer críticas às pessoas que, segundo ele, tentariam “desarmonizar os poderes do Estado”. O que ele quis dizer com isso?
Antes de embarcar para a reunião do G20 e em cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer criticou, indiretamente, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.Vamos ouvir o que Temer, amirante Nelson
SONORA 0707 TEMER
Ainda em Brasília, ele se jactou de harmonizar poderes e falou mal de quem pensa que foi ungido por Deus para exercer cargos públicos. Não foi ele quem disse que foi Deus quem o fez presidente? Eu até cheguei a criticá-lo aqui por isso. Essa lorota de harmonia entre poderes chega a ser cínica. Comprar votos de deputados para manter o emprego não tem nada que ver com o Executivo dialogar com o Judiciário. Gastar bilhões de reais para mudar a posição de parlamentares no momento de crise em que não há dinheiro para emitir passaportes, a Polícia Rodoviária Federal e a manutenção do trabalho da Lava Jato também.
Aliás, assim que chegou na Alemanha, Temer negou que exista crise econômica no País nesta sexta-feira, 7, ao chegar ao hotel Le Meridien, em Hamburgo, para participar da reunião da cúpula de líderes das 20 maiores economias do mundo, o G-20. “Crise econômica no Brasil não existe. Vocês têm visto os últimos dados”, disse. O homem ta viajando na maionese, rapaz?
Emanuel: A Polícia Federal anunciou ontem a extinção da força-tarefa da Operação Lava Jato, criada em Curitiba em 2014 para atuar exclusivamente nas investigações do mega esquema de cartel e corrupção, descoberto na Petrobrás. Temer conseguiu atender aos políticos pondo fim à investigação da corrupção mais bem-sucedida da História?
A Polícia Federal comunicou oficialmente na tarde de ontem que o grupo de trabalho da Lava Jato e o grupo da Operação Carne Fraca – que apura corrupção no Ministério da Agricultura -, agora passam a integrar a Delegacia de Combate à Corrupção e Desvio de Verbas Públicas (Delecor).
Na prática, delegados e outros policiais da Lava Jato perderam exclusividade para o caso e passarão a atuar em outros inquéritos, paralelamente. São cerca de 100 inquéritos ainda abertos nas apurações do escândalo Petrobrás, entre eles as apurações do ex-ministro Antonio Palocci e os abertos à partir das delações da Odebrecht.
Um dos casos em andamento em Curitiba, ainda sob sigilo, é o que apura corrupção na Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, e pode atingir a ex-presidente Dilma Rousseff.
Inquéritos da Lava Jato tamnbém serão distribuídos para outros delegados da Delecor, que tem 16 delegados.
Chiadeira generalizada. De fato, existe uma tentativa de acórdão, mas a decisão já era esperada há muito tempo.
Lava Jato estava mesmo perdendo o tônus. Reação corporativista dos procuradores e emocional das pessoas bem intencionadas, mas mal informadas. É preciso esperar pra ver. Efeito positivo atual da Lava Jato, que não se limita mais a Curitiba. Efeito negativo de depender das altas instâncias da Justiça, que são lenientes e permissivas.