Comentário no Jornal Eldorado: Bolsonaro, boxeur de circo

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Chegando da viagem ao Rio Grande do Norte, onde levou 40 pessoas para inaugurar um poço artesiano e uma praça com wifi, o presidente Jair Bolsonaro começou a semana ameaçando “um repórter do Globo, que o questionou sobre R$ 89 mil depositados pelo casal Fabrício Queiroz e Márcia Aguiar em contas bancárias de sua mulher, Michelle. Inicialmente, anunciou que não responderia a perguntas. Depois, ao ser questionado novamente sobre os tais cheques,  dirigiu-se ao grupo de jornalistas e anunciou: “Eu vou encher a boca desse cara na porrada.” Aí, dirigiu-se diretamente a quem o interpelou e disse: “Minha vontade é encher tua boca na porrada, tá?” Muita gente reagiu com indignação, mas os chefes das instituições democráticas só compareceram com discurso inócuo, sem ação prática nenhuma contra o pugilista de araque.

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Para ouvir no Blog do Nêumanne, Política, Estadão, clique aqui.

 

Assuntos para comentário da segunda-feira 24 de agosto de 2020:

1 – Questionado sobre Queiroz, Bolsonaro ameaça repórter – revela chamada do alto da primeira página da edição impressa do Estadão de hoje. Por que, na sua opinião, o presidente da República se sente autorizado a responder desta forma truculenta a questões de interesse público

SONORA BOLSO 2408 PORRADA

2 – Como você avalia a repercussão nas instituições democráticas sobre o envolvimento pessoal do presidente da República, Jair Bolsonaro, nos contatos de seu ainda advogado, Frederick Wassef, nas negociações da JBS com o Ministério Público Federal sobre delação premiada dos irmãos Batista, do frigorífico JBS

3 – Neste ínterim, surge agora a denúncia de uma despesa de 47 milhões de reais em picanha e filé fornecidos pelo mesmo frigorífico pelo governo Bolsonaro. Você acha que esse tipo de dispêndio pode ser tratado como algo rotineiro e normal

4 – O que você destaca da entrevista que fez para seu canal no YouTube com o professor da USP Modesto Carvalhosa especificamente sobre as relações do presidente Bolsonaro com o Centrão e o advogado Frederick Wassef, que representou o senador Flávio e diz ainda advogar para o pai dele

5 – O que você tem a dizer sobre a notícia de que o Ministério Público do Rio flagrou depósitos de 440 mil reais de dinheiro público destinado pelo gabinete do então deputado estadual Flávio Bolosonaro para Queiroz, a mulher dele, Márcia, e familiares de outros milicianos

6 – O que você acha de mais revelador no artigo de seu colega editorialista do Estadão Rolf Kuntz, publicado ontem na página de opinião deste jornal sob o título Não culpem só a pandemia. O Brasil já ia muito mal

 

 

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José Nêumanne Pinto

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