Que o presidente do PTB, Roberto Jefferson, lute para manter o que ele chama de resgate da própria família com a nomeação da filha, Cristiane Brasil, para comandar o ministério do Trabalho, que terá importância capital num ano em que o sucesso da atual equipe de governo depende da queda efetiva improvável do desemprego, ainda dá para aceitar. Agora que o presidente da República mova céus, terras e o Supremo Tribunal Federal para isso, aí não dá pra engolir, ora. Até porque no tempo que está durando esse episódio, que chamei de “a comédia bufa com a sra. Brasil” em meu artigo da página 2 do Estadão hoje, a capivara dela só tem crescido e ainda não pintou uma notícia que a ajudasse minimamente.
(Comentário no Jornal Eldorado da Rádio Eldorado – FM 107,3 – na quarta-feira 10 de janeiro de 2018, às 7h30m)
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Abaixo, a íntegra da degravação do comentário:
Eldorado 10 de janeiro de 2017 – Quarta-feira
Emanuel Faz sentido o governo Temer quebrar todas as lanças para manter a decisão de empossar a deputada federal Cristiane Brasil no Ministério do Trabalho? Em que de fato isso o ajudará a aprovar no Congresso a reforma da Previdência?
O presidente do PTB, Roberto Jefferson, afirmou à Coluna do Estadão que o partido “não tem plano B” e que a indicação da sua filha, Cristiane Brasil, para o Ministério do Trabalho, está mantida. A declaração de Jefferson aconteceu depois de ele se reunir com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto. Interlocutores do governo afirmaram que, para evitar desgastes, seria melhor que a deputada desistisse de assumir o comando da pasta. Que Jefferson lute para manter o que ele chama de resgate da própria família com a nomeação da filha para comandar o ministério do Trabalho, que terá importância capital num ano em que o sucesso da atual equipe de governo depende da queda efetiva improvável do desemprego. Agora que Temer mova céus, terras e o Supremo Tribunal Federal para isso tenho as minhas dúvidas. Até porque no tempo em que está durando esse episódio que chamei de “a comédia bufa com a sra. Brasil” em meu artigo da página 2 do Estadão a capivara dela só tem crescido e ainda não pintou uma notícia que a ajudasse minimamente.
Carolina Entre estas notícias está a de que o vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região (TRF-2), desembargador federal Guilherme Couto de Castro, negou recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) e manteve a decisão da primeira instância, que havia suspendido a nomeação e a cerimônia de posse da deputada no ministério. Será que o governo e a família Brasil terão algum êxito nessa iniciativa?
Após a conversa com Jefferson e Cristiane, Temer pediu para a AGU entrar no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar reverter a decisão.
Ao Estado/Broadcast Político, a deputada afirmou que não vai desistir de assumir o cargo. Cristiane disse também que, durante a reunião com o presidente, eles decidiram que vão aguardar o STF julgar o recurso.
“Não é uma possibilidade”, declarou, ao ser questionada se poderia abrir mão de comandar o ministério. Segundo ela, Temer não pediu para ela desistir do posto durante a reunião. “Foi o contrário”, afirmou. Cristiane negou também que, durante o encontro, eles tenham discutido um novo nome para o cargo, caso ela seja impedida. “Vamos esperar o STF”, declarou. A posse da nova ministra estava prevista para esta terça, mas uma ação popular foi movida por um grupo de advogados depois de vir à tona que a deputada do PTB foi condenada por desrespeitar direitos trabalhistas.
Outra notícia, Carolina, é de que a Justiça do Trabalho incluiu o nome da nova ministra do Trabalho, Cristiane Brasil (PTB-RJ), no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT). A decisão foi publicada nesta terça-feira, 9, no processo movido pelo motorista Fernando Fernandes, que alegou trabalhar 15 horas por dia para ela sem carteira assinada.
Durante o período de regularização da dívida trabalhista, a Certidão de Débitos Trabalhistas permanece negativa. Mas como Cristiane requereu nesta segunda-feira, 8, o parcelamento da dívida e se comprometeu a efetuar o pagamento, a inscrição constará que ela tem dívida incluída no BNDT “com exigibilidade suspensa”, ou seja, os seus bens não serão bloqueados pela Justiça.
Eu tenho insistido aqui que, se os partidos fazem tanta questão de ocupar gabinetes na Esplanada do Ministério só pode ser por causa do dinheiro que isso movimenta. Raciocine comigo: Cristiane desistiu de concorrer à eleição e ficar mais 4 anos na Câmara. Se Jefferson luta tanto por isso só pode ser por que deve ter o velo de ouro lá no Ministério do Trabalho. Quanto a Temer, não sei bem o que ele pode ter vantagem. Quem garante que com a sra. Brasil no governo ele consegue aprovar a reforma da Previdência e governar o resto de governo que lhe cabe no Congresso.
Emanuel Aliás, em pouco mais de um ano e meio de mandato, o presidente Michel Temer superou seus antecessores e alcançou o posto de recordista em edição de medidas provisórias (MPs) desde 2001. Por que ele foi obrigado a recorrer tão amiúde a esse expediente se se orgulha de ter sempre a colaboração do Congresso?
Um levantamento feito pelo Estado mostra que o emedebista editou, em média, mais de uma MP por semana (1,16). Números que superam os índices já considerados altos dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva, com 1,09 MP por semana, e Dilma Rousseff, que fechou seu governo com 0,78.
Só na última semana do ano passado, Temer editou seis medidas provisórias, alcançando 91 desde maio de 2016 – 39 foram convertidas em lei e a maioria, 44, ainda está em tramitação. Criticado pela Procuradoria-Geral da República e deputados federais, o instrumento tem força de lei e deve ser usado, segundo a Constituição, em casos de relevância e urgência.
Nesta terça-feira, 9, a Coluna do Estadão revelou que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), deu ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), prazo de sete dias para recebimento das MPs antes do vencimento – uma medida tem força de lei por 45 dias e, após esse período, caduca. O Planalto, em nota, alegou que, em função do “tempo de governo limitado e pela urgência das ações econômicas, as medidas provisórias se fazem necessárias”. A discussão sobre o tema chega ao Congresso e divide os partidos que apoiam e os que são contrários ao governo. Para a oposição, há abuso na edição das medidas. Já líderes da base defendem o instrumento para burlar a suposta burocracia no andamento de propostas.
Aí é que está a questão: Temer fala em semipresidencialismo e até conspira com Gilmar Mendes e Rodrigo Maia para implantar, mas governa mesmo é com a medida de exceção da medida provisória. O resto é lorota.
Carolina Vejo com preocupação no jornal a notícia de que subiu para quatro o número de vítimas fatais da febre amarela em São Paulo este ano. Será que estamos regredindo para o Brasil de quinto mundo de antes de Oswaldo Cruz em matéria de saúde pública?
Sua preocupação faz todo o sentido, Carolina. Um homem de 48 anos estava internado no Hospital Leforte, no bairro Liberdade, Centro da capital, desde o dia 5, e morreu onyrm. As outras vítimas faleceram em Guarulhos e também no Hospital das Clínicas, na capital. Essas três pessoas teriam contraído a doença durante as festas de fim de ano, em Mairiporã, a 45 quilômetros de São Paulo.
Anteontem o governo de São Paulo decidiu ampliar a imunização contra a doença e fracionar uma dose única da vacina em dez, a partir de fevereiro. Como estratégia emergencial, o governo federal também adotará a medida para imunizar a população em áreas de risco no Rio de Janeiro e na Bahia. Quinze municípios fluminenses terão dose fracionada, conforme anunciou o Ministério da Saúde nesta terça-feira. A meta é vacinar 95% dos moradores dessas cidades, totalizando cerca 10 milhões de pessoas.
Essa situação preocupa porque o governo foi loteado entre os partidos e um ministério importante como o da saúde foi entregue a um político do baixo clero do interior do Paraná que não sabe nem aplicar uma injeção. Ele está de saída porque tem pretensões eleitorais, mas Ricardo Barros fraciona o ministério da Saúde como faz com a vacina contra febre amarela e é uma vergonha da gestão da saúde pública do Brasil, Oswaldo Cruz às avessas.
Emanuel O ex-presidente da Odebrecht e delator na Operação Lava Jato Pedro Novis afimou em depoimento à Polícia Federal que o senador José Serra (PSDB-SP) recebeu para si ou solicitou para o partido R$ 52,4 milhões entre 2002 e 2012. É mais do que a Polícia Federal encontrou no apartamento dos Vieira Lima em Salvador.
A foto do dinheirão do Geddel impressiona muito, mas o relato do executivo detalhando os valores para os investigadores também assusta.
As declarações foram prestadas em 13 de junho de 2017 e reveladas ontem pelo Valor Econômico. O Estado confirmou o depoimento.
Por meio de sua assessoria, tucano afirma que ‘jamais recebeu qualquer tipo de vantagem indevida’.
Pedro Novis relatou que teve contato com Serra ainda na década de 80, mas, somente em 2002, o tucano ‘solicitou recursos’.
“Este pedido ocorreu pessoalmente no escritório ou na casa de José Serra; que sempre encontra sozinho com José Serra, em encontros agendados através da secretária pessoal dele”, contou o executivo.
O senador José Serra esclarece que jamais recebeu qualquer tipo de vantagens indevidas de qualquer empresa ou indivíduo, especialmente da Odebrecht. O conteúdo da delação do ex-presidente da empresa Pedro Novis já foi amplamente explorado pela imprensa de forma seletiva e demonstra cabalmente isso.
O relato do delator ainda depende da comprovação em provas que não terão de ser necessariamente documentais, mas devem trazer a lume a conexão entre o dinheiro da eventual propina e obras superfaturadas pela Odebrecht. De qualquer maneira, as minúcias da delação premiada deixam o figurão tucano em péssimos lençóis política e pessoalmente.
Carolina Será que Rodrigo Maia tem mesmo razão quando adverte que a crescente movimentação de partidos e políticos em torno das eleições de 2018 pode atrapalhar o avanço da reforma da Previdência?
É, Emanuel, o Botafogo da delação da Odebrecht declarou que “qualquer precipitação em relação às eleições atrapalha reforma da Previdência”, em entrevista ao programa Conexão Estadão, na rádio Eldorado. Vamos ouvir?
SONORA MAIA 01
Questionado sobre se a declaração seria dirigida ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o presidente da Câmara negou a indireta e afirmou que não tem “necessidade de mandar recado para Meirelles”. “Não mando recado para o Meirelles; se tiver que falar, falo para ele”, esclareceu.
Fato é que Rodrigo Maia cada dia é mais candidato a presidente. Segundo matéria de Igor Gadelha no Estadão, a estratégia de Maia pelo Planalto é aumentar visibilidade com viagens pelo País. E é o que ele está fazendo.
Mais definiu como sua estratégia “subir o tom do discurso eleitoral ao longo dos próximos meses, intensificando-o após a votação da reforma da Previdência no plenário da Casa, prevista para 19 de fevereiro.”
Segundo Sonia Racy, Rodrigo Maia já tem articuladores estratégicos. Os Mosqueteiros de Rodrigo Maia são os deputados Danilo e Heráclito Fortes e o advogado Marcos Joaquim.
Acho que o filho de César tem razão: a atuação de candidato de seu adversário direto no governo para ser escolhido o candidato do centro na eleição de outubro, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, não é apropriado. Mas exatamente o mesmo se pode dizer dele, que não é um Zé Mané qualquer, mas o presidente da Câmara. Ou não é? Resta saber no final das contas qual dos dois vai ser o príncipe e qual o sapo…
SONORA Malandragem Cássia Eller Cazuza e Frejat