Estação José Nêumanne Pinto – Cantando de galo, quarta 9:
Em plenário virtual, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 6 a 5, o óbvio: não tem sentido negar a brasileiros aposentados que contribuíram em toda a vida ativa para sua aposentadoria que recebam o equivalente ao máximo da aposentadoria recolhida. Ou seja: em dia de excelso, o pretório mandou considerar todas as contribuições previdenciárias que o segurado tenha feito em sua vida profissional, incluindo as anteriores a julho de 1994, data aleatória e inexplicável. Daí o nome da ação: vida inteira. Em agosto do ano passado, a decisão foi dada como de repercussão geral. Já é absurdo que o caso tenha sido levado a a longo e custoso, julgamento resolvido por placar apertadíssimo, apenas um voto de diferença, pois se trata de discriminação sem justificativa (se é que pode haver ato discriminatório que se justifique). A vida inteira passou e ponto final? Não. O primeiro ministro nomeado por Jair Bolsonaro, Nunes Marques, pediu destaque para forçar a necessidade de nova votação, agora presencial. Dificilmente os votantes mudarão seus votos, mas a pretensão do vassalo do capetão sem noção é ganhar tempo para que o governo de seu padrinho continue arrecadando o máximo para comprar votos na eleição enquanto a decisão volta ao zero e cumpra os rituais de hábito. Isso ocorreu na quarta-feira 9 de março de 2022, data em que o mesmo plenário anulou decisão do dito cujo capacho tentando driblar a lei da ficha limpa. Cara de pau é pouco.