Era como se estivéssemos numa igreja lá do Oriente, janelas e portas abertas para os noivos Magdala e José Nêumanne. Gulliver, 2010, domingo à noite, água nas taças e fartura nos olhos. Eu ali, diante do namoro, paixão e vida, um documentário, um sonho e uma câmara na mão? Rocha. Cadê?
Quis saber como eles se conheceram, mas o que estava escrito ia além das ondas do mar adiante, que nossas retinas poderiam alcançar. Sim, o amor que abala: o de Nêumanne e Magdala.
Os dois ali na mesa, eu fiz a reserva e a conversa tirava a fome da janta. As mãos dadas, rostos colados. Eu fiz a fotografia. Amores na alvorada, na batucada da vida, um compromisso das canções, que nem sabem qual lembra o quê (?) O outro ponto fica lá na Bahia, na Toscana, num lugar incerto, “num sítio tosco, na Estação Finlândia ou no Taj Mahal”.
Magdala menina linda e a igreja já estava lotada, até que o garçom chega com as iguarias, mas já (?) Solene, Mag coloca seu véu. Imaculada. Nossa, que mulher bonita, chamada “de meu bem”, pelo amor poeta; uma fresta ou a chuva chegando torrencial, lavando a cidade, levando as tiaras sagradas, sapatos e solados solares, gravatas e borboletas.
Nêumanne é o noivo perfeito aos pés/pérolas da noiva. Quando o amor é forte, o buquê vira uma arma quente, por todo tempo e sempre e toda cidade acorda, os amigos, crianças, velhos, chicos e buarques, vinícius e madrugadas.
Ali todos a bater palmas. Pele e olhos. Fusão. A força da imaculada a iluminar um grande enlace. Todos com olhos de Mediterrâneo. E o gigante Gulliver valorizando os convidados.
Sorte, eu estava lá.
Kapetadas
1 – Quando amor é obra de arte, nada corrói.
2 – Quando virar filme, não esqueça a pipoca.
3 – Som na caixa: “São dois lá, dois pra cá”, João Bosco e Aldir Blanc.
Kubitscheck Pinheiro (publicado no Correio da Paraíba, sexta-feira 8 de janeiro de 2009)